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Origem Energia e TAG formam joint venture para estocagem de gás

Projeto inédito no Brasil visa flexibilidade na oferta de gás

Joint venture de estocagem de gás. (Imagem: Divulgação/Origem Energia)
Joint venture de estocagem de gás. (Imagem: Divulgação/Origem Energia)
Joint venture de estocagem de gás. (Imagem: Divulgação/Origem Energia)
Joint venture de estocagem de gás. (Imagem: Divulgação/Origem Energia)

A Origem Energia e a TAG firmaram uma joint venture para investir na estocagem de gás natural. O acordo, assinado em março, marca um projeto inédito no Brasil, embora comum na Europa. A Origem contribui com a infraestrutura do polo de gás de Alagoas, avaliada em US$ 96,8 milhões, enquanto a TAG investe US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão).

Infraestrutura e investimentos

A Origem Energia pretende alocar US$ 300 milhões para desenvolver o polo Alagoas entre 2022 e 2027. A operação depende da autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A capacidade inicial de armazenagem será de 106 milhões de metros cúbicos de gás por ano, podendo chegar a 500 milhões.

Joint venture de estocagem de gás

Luna Viana, sócia-fundadora da Origem, destaca a importância das sinergias. “A Origem busca parcerias para melhorar a captação de fornecedores”. Fundada em 2016, a empresa é a principal fornecedora de gás de Alagoas e teve lucro líquido de R$ 326,3 milhões em 2023.

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Papel da TAG

A TAG, maior gasoduto do Brasil, conecta o Nordeste ao Sudeste. A empresa investiu US$ 30 milhões inicialmente, com capacidade total de armazenagem dos campos de Alagoas podendo chegar a 1,5 bilhão de metros cúbicos. Luiz Felipe Coutinho, CEO da Origem, vê a estocagem como solução para a dependência de importações de gás.

Benefícios da estocagem

Thiago Vetter, consultor da StoneX, explica que a estocagem garante segurança energética e ameniza desbalanceamentos entre oferta e demanda. Nesse sentido, essa prática é comum na Europa e nos EUA, principalmente para se preparar para o inverno. A estocagem permite ao cliente armazenar gás em baixa demanda para usá-lo em alta demanda.

Impacto e regulamentação

Luisa Franca, diretora de desenvolvimento da TAG, afirma que o projeto trará mais tração à abertura do setor de gás natural no Brasil. A ANP ainda precisa regulamentar a atividade de estocagem, o que está em discussão. O mecanismo permitirá que qualquer gás conectado à malha nacional seja injetado e vendido em qualquer lugar do Brasil.

Ademais, a nova Lei do Gás, aprovada em 2021, prevê a estocagem, mas a ANP ainda deve regulamentar. Nesse sentido, Gustavo Labanca, CEO da TAG, destaca que a estocagem reduzirá a dependência de importações e melhorará o uso dos recursos nacionais.

Origem Energia e Expansão

A Origem, controlada pela Prisma Capital, comprou o Polo de Alagoas da Petrobras por US$ 300 milhões em 2021. Além disso, a empresa possui 800 dos mil funcionários alocados no polo Alagoas, produzindo 1,4 milhão de metros cúbicos de gás por dia.

Fusões no Setor

As vendas dos grandes polos estabilizaram, e as empresas avaliam seus ativos. Nesse sentido, a fusão tem sido uma tendência no setor. Recentemente, Enauta e 3R Petroleum oficializaram um acordo de fusão, e a Eneva e PetroReconcavo discutem uma possível fusão.