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Caixa alerta para falta de recursos no crédito imobiliário em 2025

Banco cobra medidas do governo para reduzir custo do capital

Presidente da Caixa, Carlos Vieira (Foto: José Cruz/Agência Brasil).
Presidente da Caixa, Carlos Vieira (Foto: José Cruz/Agência Brasil).
Presidente da Caixa, Carlos Vieira (Foto: José Cruz/Agência Brasil).
Presidente da Caixa, Carlos Vieira (Foto: José Cruz/Agência Brasil).

A Caixa Econômica Federal, que fechou mais um trimestre com crescimento robusto na carteira de crédito imobiliário, atingindo R$ 754 bilhões, expressou preocupações sobre a sustentabilidade dos recursos para este segmento em 2025. Segundo o presidente do banco, Carlos Vieira, é necessário encontrar novas fontes de recursos devido ao encolhimento da poupança e ao aumento das captações de mercado, que são mais caras para a instituição.

Necessidade de Novos Mecanismos

Vieira destaca que os recursos para financiamento habitacional estão no limite da capacidade. “Os recursos estão no limite da capacidade de financiamento da habitação”, afirmou Vieira, acrescentando que é crucial criar mecanismos que reduzam o custo do capital para a linha de crédito imobiliário.

Propostas para Mitigar a Situação

Para evitar uma crise, Vieira sugere três medidas principais: desenvolver o mercado secundário de crédito imobiliário, estimular a participação de fundos de pensão no segmento e direcionar recursos dos depósitos compulsórios dos bancos para o crédito imobiliário. Destas, apenas a primeira está sendo endereçada pelo Ministério da Fazenda, que implementou medidas para fomentar a negociação de carteiras de imóveis pelos bancos.

Impacto dos Juros Altos

Desde o ano passado, a Caixa tem se destacado no financiamento habitacional, especialmente porque os juros básicos estão acima de 10%. Com a taxa Selic a 10,50%, bancos privados, com menos captações via poupança, reduziram as concessões. A Caixa manteve suas operações, apesar dos saques na caderneta, e precisou aumentar suas captações por meio de letras de crédito, remuneradas com um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Recuperação dos Depósitos de Poupança

No primeiro trimestre deste ano, a Caixa conseguiu reverter a queda nos depósitos de poupança, que subiram 2,7% em um ano, alcançando R$ 358,684 bilhões. Além disso, o saldo de Letras de Crédito Imobiliário aumentou 69,2%, totalizando R$ 158,225 bilhões, representando 43% do estoque desse tipo de título no mercado brasileiro.

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Carteira Imobiliária Superaplicada

A Caixa está sobreaplicada em crédito imobiliário. A carteira financiada por recursos da poupança equivale a 88% dos depósitos. Esse percentual é bem acima dos 65% determinados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O banco público libera uma média de 2,8 mil novos financiamentos por dia, apesar das limitações.

Desafios e Perspectivas

A Caixa preocupa-se com a questão habitacional em 2025, que ainda está indefinida. O banco pressiona por medidas governamentais para garantir a sustentabilidade dos financiamentos imobiliários. Desenvolver o mercado secundário de crédito e envolver mais fundos de pensão no setor são essenciais. Essas ações podem reduzir o custo do capital e garantir a continuidade do crescimento no financiamento habitacional.