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Projeções Econômicas Boletim Focus: análise por Pedro Brandão, CEO da CredÁgil

Pedro Brando discute inflação e crescimento

A projeção é que 2024 será um ano ainda mais próspero para o Grupo Prime Plus no segmento de transportes, com avanços nas tecnologias de mobilidade sustentável.
Empresário Pedro Brandão, presidente do Conselho de Administração do Grupo Prime Plus. (Foto: LC Moreira)
A projeção é que 2024 será um ano ainda mais próspero para o Grupo Prime Plus no segmento de transportes, com avanços nas tecnologias de mobilidade sustentável.
Empresário Pedro Brandão, presidente do Conselho de Administração do Grupo Prime Plus. (Foto: LC Moreira)

Em uma entrevista exclusiva ao portal Economic News Brasil, o empresário Pedro Brandão, CEO da CredÁgil, Ágil Securitizadora e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Prime Plus, discutiu as recentes projeções econômicas divulgadas pelo Boletim Focus do Banco Central. Confira a análise completa de Brandão sobre inflação, taxa Selic e crescimento do PIB.

Pedro Brandão, vice-presidente do SINFAC (CE.PI.MA.RN) e ex-diretor do Banco Bozano Simonsen, na entrevista ele compartilhou suas percepções sobre as últimas projeções econômicas do Boletim Focus, que revelam tendências importantes para a economia brasileira.

Confira entrevista:

ENB: Como o senhor vê a recente elevação das expectativas de inflação para 2024 e 2025 conforme o Boletim Focus?

Pedro Brandão: As expectativas de inflação têm sido uma preocupação constante tanto do Governo Federal quanto do setor produtivo. O Boletim Focus desta semana apontou um aumento para 3,86% em 2024. Em resumo, isso reflete uma dificuldade contínua em manter a inflação dentro da meta do Banco Central. Esse aumento indica que o mercado financeiro está preocupado com a capacidade do BC de controlar a inflação, especialmente em um cenário econômico instável.

ENB: O que o senhor pensa sobre a decisão do Copom de reduzir a taxa Selic para 10,5% ao ano?

Pedro Brandão: A decisão foi polêmica e dividida. Quatro diretores indicados pelo presidente Lula votaram por um corte maior, enquanto os mais antigos, junto com o presidente do BC, optaram por uma redução menor. A divisão mostra a complexidade das decisões de política monetária. Uma redução maior poderia ter um impacto mais significativo no estímulo econômico, mas também poderia aumentar os riscos inflacionários.

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ENB: Quais são suas expectativas para o crescimento do PIB nos próximos anos?

Pedro Brandão: A expectativa para o crescimento do PIB em 2024 permanece estável em 2,05%, e para 2025 também está em 2%. Isso mostra uma visão moderadamente otimista do mercado sobre a recuperação econômica. Para nós empresários, o crescimento do PIB é muito importante para melhorar o ambiente de negócios e aumentar a confiança dos investidores.

ENB: Como o senhor avalia a manutenção das projeções para a taxa básica de juros?

Pedro Brandão: A taxa Selic, atualmente em 10,50%, acredito que deve permanecer em 10% até o final de 2024, e em 9% ao ano para 2025. Vejo que o Banco Central está adotando uma abordagem cautelosa para controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.

ENB: O que o senhor pensa sobre as previsões para câmbio e balança comercial?

Pedro Brandão: A previsão para a taxa de câmbio no final de 2024 subiu para R$ 5,05. Temos que analizar que a a desvalorização do real pode impactar negativamente a inflação, aumentando os preços dos produtos importados.

ENB: E quanto a expectativa da balança comercial?

Pedro Brandão: Quanto à expectativa da projeção de superávit da balança comercial permanecer estável em US$ 82 bilhões na análise do BC para 2024, vejo com preocupação. Em 2023, a balança comercial registrou US$ 98,8 bilhões, com aumento de 60% em relação ao ano anterior. Nosso país é rico em commodities e nossa indústria tem capacidade de produção. O Governo Federal poderia fornecer mais apoio para aumentar esse número. Agora, temos que aguardar o impacto da catástrofe das enchentes no Rio Grande do Sul. Precisamos esperar para avaliar quanto esse fator climático poderá influenciar nas exportações.

ENB: Qual a sua opinião sobre as previsões de investimento estrangeiro?

Pedro Brandão: A previsão de investimento estrangeiro direto no Brasil se manteve em US$ 70 bilhões para 2024. A confiança dos investidores estrangeiros é crucial para o desenvolvimento econômico do país. Isso tem que ser mantido, mas depende das ações e da imagem do Governo Federal no exterior.

Pedro Brandão concluiu a entrevista enfatizando a importância de uma política econômica equilibrada.

“As projeções do Boletim Focus são essenciais para orientar as decisões empresariais e políticas. Um esforço conjunto entre o setor privado e o governo é fundamental para garantir uma recuperação econômica sustentável”, finalizou.