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Idec identifica agrotóxicos em 24 alimentos; vejas as marcas

Idec identifica pesticidas em produtos, incluindo opções vegetarianas

Idec identifica agrotóxicos em 24 alimentos; vejas as marcas
(Foto: Divulgação/Sadia).
Idec identifica agrotóxicos em 24 alimentos; vejas as marcas
(Foto: Divulgação/Sadia).

Um recente estudo conduzido pelo Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec) revelou a presença de agrotóxicos em 24 produtos alimentícios ultraprocessados, vendidos em supermercados brasileiros. A pesquisa, intitulada “Tem veneno nesse pacote”, destacou que estes alimentos, inclusive opções vegetarianas, continham resíduos de até 563 diferentes agrotóxicos.

Principais contaminantes

Entre os produtos examinados, o herbicida glifosato emergiu como o mais frequentemente detectado. Além disso, a farinha de trigo, comum em muitos alimentos industrializados, apresentou a maior taxa de contaminação. Produtos como biscoitos de maisena das marcas Marilan e Triunfo exibiram quatro tipos distintos de pesticidas, enquanto macarrões instantâneos da Nissin e Renata, além de opções de hambúrguer e empanados à base de plantas da Sadia e Seara, e bolo pronto sabor chocolate da Ana Maria, apresentaram três tipos.

Lista de fabricantes com resíduos de agrotóxicos

  1. Selmi (fabricante de farinhas)
  2. Fazenda Futuro (produtos à base de plantas)
  3. BRF (produtos alimentícios variados)
  4. Marilan (biscoitos)
  5. Triunfo (biscoitos)
  6. Nissin (macarrão instantâneo)
  7. Renata (macarrão instantâneo)
  8. Sadia (produtos à base de plantas)
  9. Seara (produtos à base de plantas)
  10. Ana Maria (bolos prontos)

Cada uma dessas empresas produz um ou mais dos produtos ultraprocessados mencionados na análise que revelou a presença de pesticidas.

Respostas regulatórias

Durante uma reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), representantes do Idec questionaram a eficácia da regulamentação atual sobre agrotóxicos, especialmente em alimentos ultraprocessados. Leonardo Pillon, advogado do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, expressou preocupação com a falta de medidas mais estritas por parte da Anvisa. “É vital que as informações sobre agrotóxicos estejam disponíveis nos rótulos ou em algum local acessível aos consumidores”, afirmou Pillon.

Por outro lado, a Anvisa explicou que o contato com pesticidas pode ocorrer por meio de resíduos na matéria-prima, como frutas e verduras. A agência utiliza o Limite Máximo de Resíduo (LMR) para medir a contaminação, uma métrica que considera segura a presença de agrotóxicos em alimentos in natura. Entretanto, destacou que não há uma regulação específica para alimentos ultraprocessados, uma vez que estes não se enquadram nos parâmetros toxicológicos usuais, como a Ingestão Diária Aceitável (IDA) e a Dose de Referência Aguda (DRfA).

Reações das empresas citadas

As respostas das empresas mencionadas no estudo variaram. A Selmi, por exemplo, garantiu que suas farinhas são constantemente monitoradas e atendem aos padrões de segurança. Da mesma forma, a Fazenda Futuro e a BRF reforçaram que seus produtos cumprem integralmente as regulamentações vigentes.

Hilda Duval Barros, professora de nutrição e especialista em Vigilância Sanitária, reiterou a importância de respeitar o LMR para garantir a segurança alimentar. “A combinação de vários tipos de agrotóxicos acima do recomendado pode ser prejudicial, pois os efeitos são cumulativos”, alertou.

De acordo com especialistas ouvidos pela Economic News Brasil, a discussão sobre os limites e a segurança dos agrotóxicos em alimentos ultraprocessados continua sendo um tópico de grande relevância, tanto para as autoridades reguladoras quanto para os consumidores, evidenciando a necessidade de revisões e ajustes na legislação atual para melhor proteger a saúde pública.