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Dólar atinge R$ 5,357, maior valor desde janeiro de 2023

Preocupações fiscais e ajustes técnicos impulsionam a alta

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Dólar, a moeda do Estados Unidos da América (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)
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Dólar, a moeda do Estados Unidos da América (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

A semana começou com o dólar à vista mais uma vez ganhando força em relação ao real, encerrando a segunda-feira na maior cotação em mais de um ano. A divisa americana fechou o dia cotada a R$ 5,357, o maior valor desde 4 de janeiro de 2023. Assim, a combinação de fatores técnicos, cenário externo desfavorável e preocupações fiscais internas explica a alta.

Logo no início da sessão, o dólar à vista chegou a oscilar no território negativo, atingindo a mínima de R$ 5,3155 às 9h13. No entanto, as cotações aceleraram nas primeiras horas do dia, com a moeda à vista atingindo a máxima de R$ 5,3901 às 10h17, justificando-se pelos ajustes técnicos em relação à sexta-feira anterior.

Rumores sobre possíveis mudanças no arcabouço fiscal brasileiro aceleraram os ganhos do dólar na sexta-feira. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha desmentido essas especulações. O dólar à vista fechou a sexta em alta de 1,44%, a R$ 5,3247, enquanto o dólar para julho teve um ganho ainda maior, fechando a R$ 5,3650.

Desempenho do Dólar

O dólar à vista subiu 0,61% na segunda-feira, a R$ 5,356 na compra e R$ 5,357 na venda. Já o contrato futuro de primeiro vencimento apresentou uma variação negativa de 0,05%, aos 5.362 pontos por volta das 17h30. A maior cotação registrada anteriormente foi de R$ 5,452, em 4 de janeiro de 2023.

No exterior, o dólar também ganhou força em relação às divisas fortes e muitas moedas emergentes. O anúncio do presidente da França, Emmanuel Macron, de que dissolveria o Parlamento Nacional e convocaria novas eleições legislativas para o final do mês penalizou o euro.

Saiba mais:

Preocupações fiscais internas

Além do cenário externo, o desconforto com a questão fiscal brasileira também contribuiu para a alta do dólar. A incerteza em torno da política de juros do Banco Central e a divulgação iminente de dados econômicos importantes, como a inflação oficial de maio no Brasil e o índice de preços ao consumidor nos EUA, trouxeram cautela ao mercado.

Na terça-feira, os EUA divulgarão o índice de preços ao consumidor (CPI) e a decisão de política monetária do Federal Reserve. Os eventos influenciarão diretamente as expectativas do mercado sobre a política monetária americana, impactando o dólar mundialmente.

Perspectivas e impactos

No final da tarde, o dólar continuava em alta em relação à maioria das demais divisas. Às 17h16, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,07%, a 105,130.

A valorização do dólar reflete tanto os ajustes técnicos quanto o cenário fiscal brasileiro e as incertezas políticas e econômicas internacionais. O cenário reforça a cautela dos investidores, que permanecem atentos às próximas divulgações econômicas e às movimentações do governo brasileiro.