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Retrocesso? Volkswagen anuncia investimento em motores de combustão

Mudança de estratégia destina bilhões para tecnologia tradicional

Volkswagen retoma motores de combustão. (Foto: Andreas Praefcke/Wikimedia Commons)
Volkswagen retoma motores de combustão. (Foto: Andreas Praefcke/Wikimedia Commons)
Volkswagen retoma motores de combustão. (Foto: Andreas Praefcke/Wikimedia Commons)
Volkswagen retoma motores de combustão. (Foto: Andreas Praefcke/Wikimedia Commons)

A expressão italiana “panela velha é que faz comida boa” parece ser o novo lema do Grupo Volkswagen. Inicialmente, a montadora alemã planejava que 80% de suas vendas fossem de carros elétricos até 2030. No entanto, o mercado não está correspondendo a essas expectativas, levando a uma mudança de estratégia.

A Volkswagen anunciou recentemente que um terço do orçamento originalmente destinado à digitalização e eletrificação será redirecionado para a renovação dos motores de combustão. Essa decisão foi revelada por Arno Antlitz, diretor financeiro e de operações do Grupo Volkswagen, durante um evento em Munique organizado pela Reuters.

Agora, a Volkswagen destinará 60 bilhões dos 180 bilhões de euros alocados para a próxima geração de veículos elétricos ao desenvolvimento de motores de combustão. Antlitz afirmou que, apesar da importância crescente dos veículos elétricos, os motores de combustão ainda são relevantes para muitos consumidores.

Volkswagen e a continuidade dos planos elétricos

Apesar dessa revisão, a Volkswagen continua comprometida com o lançamento de novos modelos elétricos. A Volkswagen mantém nos planos o aguardado ID.2 All, cujo lançamento foi adiado para 2026, assim como outros veículos elétricos de menor custo. No entanto, a transição completa para a eletrificação total parece mais distante.

Nesse sentido, a decisão da Volkswagen reflete um movimento mais amplo na indústria automotiva, que alguns críticos identificam como retrocesso nas políticas de sustentabilidade. Marcas como Bugatti, Lamborghini e Porsche estão explorando combustíveis sintéticos para manter a viabilidade dos motores de combustão. A Porsche, por exemplo, investe em e-fuels no Chile, enquanto a Bugatti considera a instalação de postos de abastecimento de combustível sintético na casa de seus clientes.

Entretanto, enquanto os veículos totalmente elétricos enfrentam obstáculos, os híbridos plug-in estão ganhando popularidade no mercado europeu.

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Impacto nas montadoras

Além da Volkswagen, outras grandes montadoras, como Ford, Mercedes-Benz e Aston Martin, também estão ajustando suas estratégias de eletrificação. A invasão de veículos elétricos chineses no mercado europeu e as normas de emissões cada vez mais rigorosas estão forçando essas empresas a reconsiderar seus planos. A Ford, por exemplo, adiou suas metas de se tornar totalmente elétrica na Europa até 2030.