As bolsas de Nova York têm demonstrado um desempenho notável este ano, especialmente o índice S&P 500, que acaba de estabelecer uma nova máxima histórica. Nesta terça-feira, o índice alcançou 5.490 pontos, marcando um aumento de 15% desde o início do ano. Esse crescimento robusto é sustentado pela positividade dos investidores e pela recente adoção da inteligência artificial como catalisador econômico.
Bancos renomados, como o Goldman Sachs, estão ajustando suas previsões para o S&P 500, elevando o alvo de 5.200 para 5.600 pontos. O aumento nas projeções é atribuído à melhoria nas expectativas de lucro para este ano, intensificadas pelo fervor em torno da inteligência artificial. O índice Nasdaq, conhecido por seu forte componente tecnológico, também reflete esse otimismo, subindo quase 20% este ano, com destaque para a Nvidia, que viu suas ações saltarem cerca de 180%, posicionando-a como a maior empresa do mundo por valor de mercado.
Inteligência artificial impulsionando ações
As inovações no campo da inteligência artificial têm sido um grande impulso para empresas como Microsoft e Apple. Recentemente, a Apple anunciou a integração do ChatGPT em seus dispositivos, uma mudança que resultou em uma rápida apreciação de suas ações. Por sua vez, o banco Citi também ajustou sua projeção para o S&P 500 para 5.600 pontos, um aumento notável em relação à sua estimativa anterior de 5.100. Essa nova projeção considera principalmente o impacto substancial das grandes empresas de tecnologia no índice.
Contrastando com o S&P 500 e o Nasdaq, o índice Dow Jones, que cobre um espectro mais amplo da economia, apresentou um crescimento modesto de 3% este ano. Da mesma forma, o Russell 2000, que inclui empresas de menor capitalização, registrou um aumento inferior a 1%.
Além disso, a política de juros elevados praticada nos Estados Unidos tem sido um fator de contenção para a economia. Com as taxas situando-se entre 5,25% e 5,5% — as mais altas do século —, o Federal Reserve tem mantido a política de juros elevados devido a indicadores robustos de inflação e mercado de trabalho. Apesar disso, existem sinais de que o Fed poderia reduzir as taxas pelo menos duas vezes até o final do ano.
Quão otimistas os investidores estão?
Em âmbito global, um estudo do Bank of America revelou um otimismo sem precedentes com as bolsas de Nova York desde novembro de 2021. As bolsas mundiais estavam prosperando em um ambiente de juros baixos. A pesquisa avalia a alocação de capital e as expectativas econômicas de gestores globais. Dessa forma, ela mostra um otimismo ainda maior em relação aos mercados europeus, recentemente impulsionados por cortes de juros pelo Banco Central Europeu.
No entanto, o cenário brasileiro apresenta um contraste com a tendência global. O Ibovespa tem enfrentado dificuldades, com uma queda de cerca de 11% este ano. A perspectiva de um fim prematuro no ciclo de redução de juros, aliada a deteriorações fiscais e incertezas sobre o futuro do Banco Central, tem pesado negativamente nas expectativas para o mercado de ações no Brasil. De acordo com uma pesquisa recente do BofA, a confiança em uma recuperação do Ibovespa até o final do ano é baixa, com uma redução notável nas projeções entre os gestores.