Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Economia em crise: argentinos cortam consumo de carne em 16%

Crise econômica provoca redução de 16% no consumo de carne bovina na Argentina.
Economia em crise argentinos cortam consumo de carne em 16%
(Foto: Mary Winchester/Unsplash).

A crise econômica na Argentina, marcada por uma inflação anual de 276,4% e uma recessão prolongada, levou a uma diminuição no consumo de carne bovina, um dos pilares da dieta local. Em 2024, a ingestão per capita desse tipo de carne caiu para 44 quilos, representando uma queda de 16% em relação ao ano anterior, quando o consumo era de 52 quilos. Esses números representam o ponto mais baixo nos últimos 30 anos, de acordo com dados fornecidos pela Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina (CICCRA).

Este declínio acentuado no consumo de carne bovina reflete não apenas as dificuldades econômicas, mas também uma mudança nos hábitos alimentares da população. Os argentinos estão substituindo a carne bovina por alternativas mais acessíveis, como porco e frango. Esta adaptação tem sido uma resposta direta ao aumento dos preços dos alimentos. O aumento foi desproporcional em relação à inflação geral. Especialmente nos cortes tradicionais de carne usados em churrascos, como o asado, que teve um aumento de preço de 259,7% em um ano.

Exportação de carne na Argentina

Além dos desafios domésticos, as exportações de carne bovina argentinas têm enfrentado obstáculos. Embora o volume exportado tenha aumentado devido à queda da demanda interna, os preços mais baixos no mercado internacional têm impactado negativamente a rentabilidade dos produtores. A China, principal comprador da carne argentina, tem preferido cortes mais baratos, o que complica ainda mais a situação dos exportadores locais.

 

Não falta só carne

Miguel Schiariti, presidente da câmara local de carnes CICCRA, comentou sobre a crise. “A redução nas vendas de carne está diretamente ligada à perda de poder aquisitivo das famílias argentinas. Agravada pelo aumento nas tarifas de serviços essenciais como água, energia, gás e transportes.”, destaca.

A deterioração econômica também se reflete nos indicadores sociais. A taxa de pobreza, medida pela Pontifícia Universidade Católica Argentina, atingiu 57,4% em janeiro, o nível mais alto em pelo menos vinte anos. O aumento no número de desabrigados e o crescimento das filas em cozinhas comunitárias evidenciam o aprofundamento da crise social.

Os dados atuais destacam uma situação alarmante. Enquanto a Argentina luta com uma inflação descontrolada e uma economia em recessão, seus cidadãos são obrigados a abandonar tradições culinárias profundamente enraizadas, como o alto consumo de carne.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas