Em junho, ocorre a colheita do milho no Brasil, coincidindo com as tradicionais festas juninas, entre elas, o São João, quando o consumo do cereal atinge o pico. Durante este período, o milho se destaca tanto na culinária quanto na economia brasileira, consolidando-se como um dos pilares do agronegócio nacional.
Para 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 114,4 milhões de toneladas de milho, uma redução de 13% em relação à safra anterior. Mesmo com a queda, o milho continua sendo um motor para o agronegócio brasileiro. O Brasil mantém a posição como o segundo maior exportador de milho do mundo, logo após os Estados Unidos, mostrando a importância deste cereal na economia mundial.
Histórico
As civilizações maias e astecas cultivaram o milho, originário da América Central, há cerca de 10 mil anos. Introduzido na Europa no século XV, adaptou-se a diferentes climas e se espalhou pelo mundo, resultando em cerca de 150 espécies variadas em cor, formato e sabor. No Brasil, o milho era parte da dieta indígena antes da chegada dos portugueses e, ao longo dos séculos, tornou-se essencial na culinária brasileira, influenciado também pelos africanos escravizados.
O milho é um elemento central nas festividades juninas, principalmente nos dias de Santo Antônio, São João e São Pedro. O cereal mobiliza mais de 26,2 milhões de pessoas e geram cerca de R$ 6 bilhões em receita, de acordo com o Ministério do Turismo. Pratos típicos como pamonha, munguzá e canjica são indispensáveis nessas celebrações, reforçando a conexão cultural do milho com o povo brasileiro.
Alimentação e indústria
Embora as pessoas consumam amplamente milho em festas juninas, destinam a maior parte da produção à ração animal. Segundo Lucílio Alves, pesquisador da Esalq/Usp, usam cerca de 64% do milho produzido no mundo é para alimentar aves e suínos. Destinam os 36% restantes ao uso industrial e à alimentação humana, aparecendo em produtos como cereais matinais, pipoca, cuscuz, farinha, óleo e bebidas alcoólicas.
Sustentabilidade
O milho também desempenha um papel importante em indústrias que vão além da alimentação. O milho deriva aproximadamente 10% da produção de etanol no Brasil. Além disso, utilizam o cereal na fabricação de embalagens, cosméticos, tintas, baterias, medicamentos e produtos de limpeza. A produção de plásticos biodegradáveis a partir do amido de milho apresenta uma alternativa sustentável aos plásticos convencionais, destacando a versatilidade e importância ambiental do milho.
Mundo
Com uma produção anual de cerca de 1,2 bilhão de toneladas, o milho é a maior cultura do mundo. A demanda é global, com poucos países exportadores, entre eles EUA, Brasil, Argentina e Ucrânia. Apesar de exportarem apenas 16% da produção mundial, o Brasil se posiciona para se tornar o principal exportador nos próximos anos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os maiores compradores do milho brasileiro incluem Japão, China, Coreia do Sul, Vietnã e Irã.
País | Participação (%) |
---|---|
Japão | 16.0 |
China | 11.0 |
Coreia do Sul | 11.0 |
Vietnã | 8.7 |
Irã | 7.9 |