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Ata do Copom: saiba os motivos por trás da manutenção da Selic

Consumo das famílias surpreende positivamente

Banco Central do Brasil - Boletim Focus - Copom - Ata do Copom
Banco Central do Brasil (Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Banco Central do Brasil - Boletim Focus - Copom - Ata do Copom
Banco Central do Brasil (Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil avaliou que o mercado de trabalho e a atividade econômica doméstica apresentaram um comportamento mais forte do que o esperado. O Copom destacou especialmente o consumo das famílias como um dos fatores dessa surpresa positiva. Isso levou à decisão de manter a política monetária em um nível contracionista por mais tempo. As informações estão detalhadas na Ata do Copom divulgada hoje.

Concluída em 19 de junho, a reunião do Copom resultou na manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 10,50% ao ano, interrompendo um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023. De acordo com os diretores do Banco Central, é necessário manter os juros elevados para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas inflacionárias. O comunicado reforça que ajustes futuros na taxa de juros dependerão do compromisso com a convergência da inflação à meta.

Expectativas de inflação

O Copom notou um aumento nas projeções de inflação para 2024 e 2025 e destacou uma desancoragem adicional das expectativas inflacionárias desde a reunião anterior. O cenário externo continua desfavorável, com a expectativa de que as taxas de juros em países desenvolvidos permaneçam altas por um período mais longo. Sendo assim, a perspectiva adiciona incerteza ao ambiente econômico global.

Na reunião, o Copom discutiu a atual dinâmica desinflacionária no Brasil, observando que os preços de bens industriais e da alimentação no domicílio não estão mais contribuindo para a desinflação. A inflação de serviços, que tem uma maior estagnação, tem ganhado importância na atual dinâmica. Além disso, o ambiente externo mais adverso, com incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos e a velocidade da queda da inflação global, foi uma consideração importante.

Os indicadores domésticos de atividade econômica e do mercado de trabalho têm se mostrado mais fortes do que o previsto. A inflação ao consumidor está em uma trajetória de desinflação, embora as medidas de inflação subjacente estejam acima da meta. As expectativas de inflação para 2024 e 2025, conforme a pesquisa Focus, estão em torno de 4,0% e 3,8%, respectivamente.

Política Fiscal

O Copom manteve a visão sobre a política fiscal, destacando que uma política fiscal acreditável e comprometida com a sustentabilidade da dívida ajuda a ancorar as expectativas de inflação e a reduzir os prêmios de risco dos ativos financeiros. O BC considera essencial a sincronização entre políticas monetária e fiscal para garantir a estabilidade de preços e suavizar as flutuações econômicas.

Expectativas inflacionárias

O Comitê decidiu por unanimidade que é importante reancorar as expectativas de inflação, independentemente das causas da desancoragem atual. A autoridade monetária atuou firmemente e fortaleceu a credibilidade das instituições e dos arcabouços fiscal e monetário, considerados essenciais para a convergência da inflação à meta. O Comitê reafirmou o compromisso com a meta de inflação e destacou o papel das expectativas na dinâmica inflacionária.