Desde a abertura do mercado nesta quarta-feira (26), as ações das principais companhias aéreas brasileiras enfrentam pressão. A Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4) viram suas cotações de ações caírem substancialmente, impactadas pelo recente relatório do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) e pela valorização do dólar. Consequentemente, os papéis da Azul fecharam o dia com uma desvalorização de 5,56%, a R$ 7,31, enquanto a Gol registrou uma queda de 3,92%, a R$ 0,98. A CVC (CVCB3), embora menos afetada, também recuou 1,04%, fechando a R$ 1,90.
O IPCA-15 de junho mostrou um aumento de 0,39%, uma leve desaceleração em relação ao mês de maio, que teve uma alta de 0,44%. Apesar do crescimento geral dos preços, as passagens aéreas tiveram a maior contribuição negativa para o índice, refletindo uma volatilidade neste segmento. Ainda assim, especialistas, como o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, indicam que essa tendência de baixa nas tarifas aéreas pode ser temporária e esperam uma correção nos preços em breve.
Influência do dólar nas ações da Azul e da Gol
Por outro lado, o aumento do dólar, que avançou 1,20% na sessão, ultrapassando a marca de R$ 5,50, impõe desafios adicionais às companhias aéreas. O impacto do dólar e IPCA-15 se faz sentir especialmente porque estas empresas têm uma grande parcela de suas despesas atreladas à moeda norte-americana. De acordo com o BTG Pactual, cerca de 50% dos custos operacionais das aéreas, principalmente com combustível, são denominados em dólares, enquanto cerca de 80% de suas receitas são geradas em reais.
O Bradesco BBI salientou que, apesar das adversidades, a Azul ainda está sendo negociada na B3 com uma expectativa de valorização do dólar para R$ 6,50, o que sugere um potencial de recuperação no preço das ações. O banco continua recomendando a compra dos ativos da Azul, considerando os níveis de preço atuais.
Impacto no Ibovespa
No cenário mais amplo, o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações brasileiras, também registrou uma leve queda no mesmo período, reforçando a instabilidade no mercado financeiro brasileiro. A situação atual das aéreas ilustra claramente como fatores econômicos externos e internos, como as flutuações cambiais e a inflação, podem influenciar diretamente o desempenho das empresas listadas na bolsa.
