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Sete em cada dez transações bancárias no Brasil são via celular

Transações bancárias digitais crescem no Brasil

PIX - Transações bancárias
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
PIX - Transações bancárias
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Atualmente, sete em cada dez transações bancárias no Brasil são realizadas via celular. Quando incluídas as operações pela internet e mensagens instantâneas (SMS, apps ou chatbots), esse número sobe para oito em cada dez transações. Esses dados refletem a crescente digitalização dos serviços bancários no país.

Entre 2019 e 2023, as transações via smartphone tiveram um aumento expressivo de 251%. Enquanto o volume total de transações bancárias duplicou, as movimentações feitas por smartphones cresceram 3,5 vezes. Em 2023, os smartphones dos clientes registraram 130,7 bilhões de operações bancárias, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Incluindo todas as modalidades, o volume total de transações alcançou 186 bilhões.

Essas informações são da pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, apresentada nesta quarta-feira (26) durante a Febraban Tech 2024. O estudo abrange 21 bancos, representando 80% do mercado bancário brasileiro.

Transações móveis

Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa, destaca que o aumento das transações móveis está diretamente ligado à popularização do Pix. O sistema registrou um crescimento com 114 milhões de usuários cadastrados no último ano, um aumento de 16% em comparação ao ano anterior. O Pix adicionou 71,5 milhões de novos usuários ao sistema financeiro brasileiro, promovendo a inclusão bancária, conforme dados do Banco Central.

As transações via Pix cresceram em todas as modalidades em relação ao ano anterior: chaves Pix aumentaram 44%, QR Code dinâmico subiu 258%, inserção manual cresceu 51%, QR Code estático teve um aumento de 154% e iniciadores de pagamentos cresceram 25%.

A pesquisa também identificou um aumento no número de “heavy users”, pessoas físicas que realizam mais de 30 Pix por mês e empresas que fazem mais de 50 Pix mensais. O grupo agora representa 45% dos usuários cadastrados, contra 38% no ano anterior. “O Pix está não só atraindo mais usuários, mas também aumentando a frequência das transações”, observa Rodrigo Mulinari.

Em 2023, os registros mostraram 550 milhões de contas ativas, e os clientes abriram 53% das novas contas correntes por canais digitais.

Consolidação do Mobile Banking

De acordo com Sérgio Biagini, diretor responsável pela pesquisa e sócio-líder da Deloitte, o mobile banking se consolidou como o principal canal de relacionamento entre bancos e clientes.

“Esse avanço é resultado de melhorias tecnológicas, aumento na segurança cibernética e mudanças no comportamento dos consumidores. Apesar do domínio do mobile, ainda há potencial para melhorias, especialmente na experiência do usuário e na eficácia do relacionamento digital. Investir em tecnologia e inovação continua essencial para proporcionar experiências mais personalizadas e eficientes”, afirma Sérgio Biagini.

As transações via aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp, cresceram 76%, passando de 70,9 milhões para 125,2 milhões. “Embora esse canal ainda tenha menor representatividade, os resultados recentes confirmam a tendência de crescimento dos aplicativos de mensagens como mais uma opção para os clientes”, destaca Rodrigo Mulinari.

Avanço do Open Finance

O Open Finance também registrou crescimento, apesar de ainda enfrentar desafios como a falta de conhecimento dos clientes e de produtos. Houve um aumento de 347% na quantidade de chamadas de APIs em comparação com o ano anterior. Das 27 chamadas de APIs existentes, 99% são relacionadas à fase de dados cadastrais e transacionais, focando principalmente em contas, cartões de crédito e consentimentos.

Carolina Sansão, diretora de inovação da Febraban, explica que o Open Finance possui uma curva de adoção maior por ser um “meio” e não um “fim” em si. “À medida que os bancos introduzem mais soluções, os clientes verão mais opções e valor no que o Open Finance pode oferecer. O ecossistema será melhor aproveitado quando houver mais clareza sobre os produtos finais”, analisa.

Oferta de seguros digitais

A oferta de seguros por instituições bancárias está cada vez mais digitalizada. No entanto, 88% das ofertas de seguros ainda ocorrem em agências bancárias, conforme a amostra de 16 dos 21 bancos que oferecem produtos de seguros e participaram da pesquisa da Febraban. Rodrigo Mulinari destaca que isso mostra a importância do atendimento personalizado e do conhecimento especializado na venda de produtos complexos.

“Esse cenário também representa uma oportunidade para os bancos aprimorarem suas jornadas digitais, oferecendo produtos mais personalizados e utilizando novas tecnologias, como inteligência artificial, para se diferenciar estrategicamente”, conclui o estudo.

Em 2023, 78% dos seguros contratados foram novos, enquanto 22% foram renovações, totalizando 68,6 milhões de novos contratos de seguros. O seguro de vida é o mais buscado pelos consumidores para cotações e simulações nos bancos, representando 50% das consultas e 48% das contratações em agências bancárias.