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Tentativa de golpe na Bolívia: o papel do lítio na crise

Bolívia enfrenta instabilidade política em meio à disputa pelo mineral

Entenda as razões por trás da tentativa de golpe na Bolívia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Entenda as razões por trás da tentativa de golpe na Bolívia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Entenda as razões por trás da tentativa de golpe na Bolívia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Entenda as razões por trás da tentativa de golpe na Bolívia. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)

A recente tentativa de golpe na Bolívia, liderada pelo general Juan José Zuñiga, trouxe à tona questões profundas sobre a democracia e a importância econômica do lítio no país.

Na última quarta-feira (26), uma tentativa de golpe de Estado ameaçou a democracia boliviana. O general Juan José Zuñiga, demitido do comando do Exército dois dias antes, liderou o motim e invadiu o palácio presidencial. Tropas militares marcharam pelas ruas de La Paz, cercando a praça Murillo e forçando a entrada do palácio com tanques.

Dentro do palácio, o presidente Luis Arce e seus ministros utilizaram as redes sociais para denunciar a tentativa de golpe. Arce destacou a necessidade de respeitar a democracia e a legitimidade do governo eleito. Em um vídeo, Zuñiga confronta Arce, enquanto ministros alertavam o general sobre as consequências de suas ações.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) rapidamente condenou o golpe, enfatizando que as forças armadas devem respeitar o poder civil eleito democraticamente. Em pronunciamento, Luis Arce convocou a população a defender a democracia. As tropas deixaram a praça Murillo ao anoitecer, e Zuñiga foi preso.

Contexto econômico: o lítio na Bolívia

A Bolívia possui a segunda maior reserva de lítio na América Latina, um mineral essencial para a produção de baterias de carros elétricos. Esta riqueza mineral atraiu a atenção de várias nações, incluindo potências econômicas da Europa e os Estados Unidos. A crescente demanda global por veículos elétricos torna o lítio boliviano estratégico.

Nesse sentido, e tentativa de golpe na Bolívia deve ser entendida no contexto da disputa pelo controle do lítio. Enquanto o ex-presidente Evo Morales adota uma postura nacionalista, buscando proteger os interesses bolivianos, os militares, representando interesses econômicos de regiões ricas como Santa Cruz de la Sierra, defendem uma abordagem mais aberta ao investimento estrangeiro.

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Estratégias de produção e parcerias internacionais

O governo boliviano tem buscado manter a produção de lítio sob controle estatal. A lei 928 prioriza a soberania nacional na produção de lítio, com a estatal YLB desempenhando um papel central. Recentemente, a Bolívia firmou parcerias com a China e a Rússia para desenvolver a produção de lítio de forma mais sustentável e eficiente, utilizando a tecnologia de Extração Direta de Lítio (EDL).

Comparações regionais e lições para o Brasil

Diferente da Bolívia, o Chile e a Argentina ainda não nacionalizaram a produção de lítio. No Brasil, o Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais emerge como uma nova fronteira para a exploração do lítio. A chegada de projetos como o da Sigma Lithium trazem desafios, como a gestão dos impactos ambientais e sociais.