O dólar teve mais um dia de forte baixa em relação ao real nesta quinta-feira (4), ampliando as perdas da véspera. As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmando o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, diminuíram a preocupação dos investidores e trouxeram alívio ao mercado financeiro.
O dólar comercial fechou em baixa de 1,46%, a R$ 5,486 na compra e R$ 5,487 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto operava com baixa de 1,17%, a 5.504 pontos. Mesmo com a queda recente, a moeda norte-americana ainda acumula alta de cerca de 13% em 2024. Na terça-feira, antes da mudança de tom do governo, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,70.
Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 5,5693 na venda, registrando uma baixa de 1,72%, a maior queda percentual em um único dia desde 6 de janeiro de 2023. As cotações do dólar turismo também refletiram essa tendência, com a compra a R$ 5,515 e a venda a R$ 5,695.
Nas últimas sessões até terça-feira, o dólar subiu devido à incerteza dos agentes do mercado com a trajetória fiscal do Brasil. A principal preocupação era o risco desse movimento impactar negativamente a economia real, encarecendo produtos e levando o Banco Central a considerar um aumento na taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, para conter a inflação.
Na quarta-feira (3), o presidente Lula afirmou que a responsabilidade fiscal é um compromisso firme do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também reforçou essa posição, assegurando a preservação do arcabouço fiscal. Além disso, ele anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas, principalmente com benefícios sociais que passarão por uma revisão detalhada. As medidas tranquilizaram o mercado.
Reação do Mercado
Como resultado das sinalizações positivas do governo, a divisa americana registrou baixa durante toda a sessão desta quinta-feira. O mercado reagiu favoravelmente às declarações, removendo os prêmios de risco adicionados aos ativos financeiros nos últimos dias devido às preocupações fiscais.
Cenário Externo
No cenário internacional, o mercado dos Estados Unidos esteve fechado devido a um feriado, o que contribuiu para uma menor volatilidade dos ativos. Dados econômicos divulgados na quarta-feira indicaram uma moderação no mercado de trabalho dos EUA, aumentando o otimismo dos investidores quanto a um possível corte na taxa de juros do Federal Reserve ainda este ano. A expectativa de cortes nos juros pelo banco central norte-americano também contribuiu para a queda do dólar no Brasil, já que juros mais baixos nos EUA tornam o dólar menos atrativo.
Expectativas Futuras
Na Europa, as atenções estão voltadas para as eleições nos próximos dias. Os britânicos foram às urnas nesta quinta-feira para possivelmente eleger um novo primeiro-ministro, enquanto os franceses votarão no domingo para formar o novo Parlamento. Os eventos políticos podem trazer novas variáveis para os mercados financeiros globais.
