A rede social Koo, lançada em 2020 como uma alternativa ao Twitter (atualmente X), encerrou suas atividades na última quarta-feira (3). Criada na Índia, a plataforma buscava oferecer um serviço de microblog semelhante ao do Twitter, permitindo postagens de até 500 caracteres, fotos, vídeos e enquetes. Com um logo que lembrava o antigo símbolo do Twitter, o Koo conquistou popularidade no Brasil em 2022, durante tensões sobre o futuro do Twitter após a aquisição de Elon Musk.
Na Índia, o Koo esteve envolvido em controvérsias. A plataforma foi acusada de ser conivente com campanhas governamentais e de não agir adequadamente contra discursos de ódio. Esse cenário ocorreu em um contexto de conflito entre o primeiro-ministro Narendra Modi e o Twitter. Essa postura atraiu críticas e contribuiu para a imagem negativa da plataforma.
Características e funcionamento da rede social Koo
O Koo oferecia uma interface similar à do Twitter. Os usuários podiam postar textos, fotos, vídeos e enquetes, além de contar com uma aba de Trending Topics para exibir os assuntos mais comentados. Outra funcionalidade incluía a criação de galerias de fotos e selos de verificação gratuitos para figuras públicas. Apesar das funcionalidades atraentes e do aumento inicial de usuários, a plataforma enfrentou dificuldades para manter sua base de usuários ativa a longo prazo.
Fundado em março de 2020, o Koo surgiu em meio a tensões entre o Twitter e o governo indiano. A rede social foi adotada rapidamente por usuários na Índia, especialmente após conflitos envolvendo a moderação de conteúdo no Twitter. Em novembro de 2022, o aplicativo ganhou destaque no Brasil quando o português foi adicionado como idioma disponível na plataforma. Nesse período, o Koo tornou-se um dos tópicos mais comentados, com muitos brasileiros aderindo à nova rede social.
Tentativas de expansão e desafios financeiros
Em fevereiro de 2023, o portal TechCrunch noticiou que o Koo estava em negociações com a startup de mídia Dailyhunt para uma possível venda avaliada em US$ 5 bilhões. Contudo, essas negociações não avançaram, resultando em uma grave crise financeira para a plataforma. A empresa tentou atrair investidores e aumentar seu capital, mas o ambiente de financiamento tornou-se desfavorável, especialmente para startups de tecnologia, levando ao encerramento das operações do Koo.
Declínio e reações
A popularidade do Koo declinou rapidamente após seu auge em 2022. Muitos usuários que migraram para a plataforma durante a incerteza sobre o futuro do Twitter acabaram retornando ao X ou explorando outras alternativas, como o Threads da Meta. No Brasil, a empresa tentou manter o engajamento dos usuários através de programas de recompensas e parcerias com empresas como Amazon e Casas Bahia, mas essas estratégias não conseguiram evitar a queda no número de usuários ativos.
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Despedida e fim das operações
A decisão de encerrar as operações foi anunciada através de comunicados no site oficial do Koo e nas redes sociais. Os cofundadores Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka expressaram pesar pela decisão. Eles explicaram que os altos custos de manutenção e a falta de novos financiamentos tornaram inviável a continuidade da plataforma. No total, o Koo alcançou mais de 60 milhões de downloads e tinha cerca de 8 mil perfis VIPs, além de 100 contas de veículos de comunicação.
“É com o coração pesado que informamos que o Koo não estará mais em operação. Temos procurado arrecadar fundos nos últimos dois anos, mas o mercado de financiamento azedou, não apenas para o Koo, mas para milhares de startups por aí, tornando muito difícil continuar executando as operações”, afirmaram os fundadores em comunicado.