Em junho de 2024, os depósitos líquidos na poupança registraram um saldo positivo de R$ 12,8 bilhões, após um desempenho igualmente positivo em maio, conforme relatório divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (5).
Resultados de Junho
Em junho, os investidores aplicaram R$ 348,1 bilhões na poupança e retiraram R$ 335,3 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 5,4 bilhões, elevando o saldo total para R$ 1 trilhão.
Desempenho em Maio e Abril
O mês de maio de 2024 também apresentou resultados positivos, com entradas líquidas de R$ 8,2 bilhões, fruto de depósitos totais de R$ 362,5 bilhões contra saques de R$ 354,3 bilhões. Os rendimentos somaram R$ 5,2 bilhões, resultando em um saldo total de R$ 993,3 bilhões.
Por outro lado, abril teve um desempenho negativo, com saídas líquidas de R$ 1,1 bilhão. Este foi o terceiro mês do ano com resultados negativos, juntamente com janeiro (saídas de R$ 20,1 bilhões) e fevereiro (saídas de R$ 3,8 bilhões). Em contraste, março teve um saldo positivo de R$ 1,3 bilhão.
Comparação Anual e Política de Juros
O desempenho de junho de 2024 foi melhor em comparação ao mesmo mês do ano anterior, quando houve um saldo positivo de apenas R$ 2,6 bilhões. Esse aumento nos depósitos pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo a política de juros do BC.
Desde março de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic por 12 vezes consecutivas para controlar a alta dos preços. A taxa permaneceu em 13,75% ao ano de agosto de 2022 a agosto de 2023. Posteriormente, o Banco Central reduziu a Selic sete vezes seguidas devido ao controle dos preços, mas interrompeu os cortes no mês passado por causa da alta do dólar e das incertezas econômicas. Atualmente, a taxa básica está em 10,5% ao ano.
Histórico de Captações e Saídas
No ano de 2023, houve uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões na poupança. Esse valor é menor que a fuga recorde de R$ 103,2 bilhões registrada em 2022, um período marcado por alta inflação e endividamento. Em 2021, a retirada líquida foi de R$ 35,49 bilhões, enquanto 2020 teve uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, impulsionada pela instabilidade no mercado de títulos públicos e o auxílio emergencial.
Impacto da Selic na Poupança
A alta da Selic historicamente estimula investimentos com melhor desempenho, resultando em saques na poupança. Este fenômeno foi evidente no ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021. A estabilidade recente da taxa, no entanto, parece ter contribuído para a retomada dos depósitos na poupança.
Os resultados de junho destacam uma tendência positiva para os depósitos líquidos na poupança em 2024, com dois meses consecutivos de entradas líquidas, apesar da queda em abril. Esta recuperação reflete tanto uma mudança no comportamento dos investidores quanto a influência das políticas monetárias do BC.
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