Publicidade

Greve prolongada da Samsung impacta produção mundial de chips

Empresa enfrenta greve indeterminada: impactos no mercado de tecnologia

Greve da Samsung é prolongada e pode afetar diversos setores tecnológicos. (Foto: Reprodução/Twitter/AFP)
Greve da Samsung é prolongada e pode afetar diversos setores tecnológicos. (Foto: Reprodução/Twitter/AFP)
Greve da Samsung é prolongada e pode afetar diversos setores tecnológicos. (Foto: Reprodução/Twitter/AFP)
Greve da Samsung é prolongada e pode afetar diversos setores tecnológicos. (Foto: Reprodução/Twitter/AFP)

Mais de 5.000 membros do Sindicato Nacional de Eletrônicos da Samsung iniciaram uma greve geral na última segunda-feira (8), como parte de uma disputa prolongada sobre salários e benefícios. O sindicato, que representa mais de 30.000 trabalhadores – cerca de um quinto da força de trabalho total da empresa – exige um aumento salarial de 5,6%, bônus transparentes e compensações pelas perdas econômicas sofridas durante a greve.

As principais demandas dos trabalhadores incluem um aumento salarial de 5,6%, bônus transparentes baseados no rendimento e um dia de folga para marcar a fundação do sindicato. A gerência da Samsung havia oferecido anteriormente um aumento de 3%, considerado insuficiente pelo sindicato, especialmente em meio à inflação crescente.

Greve da Samsung e o impacto na produção

A empresa afirmou que a produção não foi afetada pela greve. No entanto, Park Seol, um membro sênior do sindicato, contestou essa declaração, destacando que a produção estava sendo impactada. “Queremos que a empresa ouça nossa voz e entenda o quanto estamos desesperados”, disse Park.

Apesar da greve, a Samsung anunciou que seus lucros operacionais de abril a junho devem aumentar para 10,4 trilhões de won (US$ 7,54 bilhões), um aumento de 1.452,2% em relação ao ano anterior. As vendas também devem crescer 23,3%, alcançando 74 trilhões de won. A empresa continua sendo a maior fabricante de chips de memória do mundo, essenciais para dispositivos de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas.

Leia também:

Histórico de conflitos trabalhistas

A Samsung resistiu à sindicalização por quase 50 anos, utilizando táticas consideradas cruéis por muitos críticos. Foi apenas em 2019 que o primeiro sindicato da Samsung foi fundado. Em 2020, Lee Jae-yong, atual presidente da empresa e neto do fundador, declarou o fim do princípio de não sindicalização.

Avril Wu, analista do grupo de pesquisa TrendForce, acredita que a greve não terá um impacto na produção devido ao alto nível de automação nas fábricas de semicondutores da Samsung. No entanto, o sindicato mantém que a interrupção na produção é clara e que a direção da Samsung será forçada a negociar. “No final, eles se ajoelharão e comparecerão à mesa de negociações. Acreditamos na vitória”, afirmou um comunicado do sindicato.

Consequências no mercado eletrônico

A Samsung Electronics, maior fabricante de chips, celulares e televisores do mundo, é peça-chave na cadeia global de suprimentos de eletrônicos. Uma paralisação prolongada na produção pode afetar a oferta global de produtos tecnológicos. A empresa fornece chips de última geração utilizados em uma ampla gama de dispositivos eletrônicos, incluindo aqueles usados em inteligência artificial generativa.

Na última quarta-feira (10), a Samsung anunciou várias novidades em Paris, incluindo o Galaxy Ring, um anel inteligente que monitora sono e exercícios, e os novos modelos dobráveis Z Flip6 e Z Fold6. Esses lançamentos acontecem em meio às tensões da greve e às negociações em curso com o sindicato.