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Inflação: dólar forte pressiona aumento de preços, diz Geldo Machado

FMI alerta sobre inflação persistente e projeta crescimento econômico global

Queda das ações japonesas; gráfico do índice Topix.
Empresário Geldo Machado, presidente do SINFAC (CE.PI.MA.RN) e do Grupo financeiro Valorizcred. (Foto: Renato Villar)
Queda das ações japonesas; gráfico do índice Topix.
Empresário Geldo Machado, presidente do SINFAC (CE.PI.MA.RN) e do Grupo financeiro Valorizcred. (Foto: Renato Villar)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou recentemente suas novas projeções econômicas, apontando um crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2024 e 2025. A entidade destacou que a inflação continua sendo uma preocupação de destaque, projetando uma desaceleração mais lenta do que o esperado. O empresário Geldo Machado conversou com o Economic News Brasil sobre o desafio da inflação

Crescimento Econômico Mundial

De acordo com o Informe Perspectivas da Economia Mundial, a economia global deve crescer 3,2% em 2024 e 3,3% em 2025. As previsões para os países avançados indicam um crescimento de 1,7% em 2024 e 1,8% em 2025, enquanto os mercados emergentes devem crescer 4,3% em ambos os anos. No Brasil, o FMI projeta um crescimento de 2,1% em 2024, com uma expectativa de aumento para 2,4% em 2025.

Análise de Geldo Machado

O empresário Geldo Machado, presidente do Grupo Financeiro ValorizCred, analisa que a inflação continua a desafiar os bancos centrais das economias desenvolvidas.

“O processo de desinflação está mais lento do que o previsto, forçando os bancos centrais a manter taxas de juros elevadas por um período prolongado”, comenta Machado. Ele observa que, apesar disso, não se espera uma recessão, mas sim uma redução mais modesta nas taxas de juros.

Riscos e Pressões Inflacionárias

A resistência da inflação é apontada como um dos principais riscos pela entidade. Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, destaca que a inflação de energia e alimentos recuou, mas a inflação geral ainda não voltou aos níveis pré-pandemia.

“Os preços dos serviços e o aumento dos salários são agora as principais pressões inflacionárias”, afirma Gourinchas.

Impacto Global

Os déficits fiscais elevados e o protecionismo são outros fatores de preocupação. Nos Estados Unidos, a política fiscal expansionista, mesmo com pleno emprego, aumenta a relação dívida/PIB, representando um risco para a economia global. Gourinchas alerta que a dependência do financiamento de curto prazo para a dívida pública americana pode ser problemática.

Perspectivas para o Brasil

Para o Brasil, a perspectiva de juros altos nos Estados Unidos coloca um limite na redução das taxas de juros domésticas. “Com a inflação, dólar forte pressiona o aumento de preços dos bens comercializáveis”, explica Geldo Machado. Mesmo assim, ele acredita que a economia brasileira pode crescer de forma moderada, com a inflação relativamente controlada.

Inflação Global e Desafios

O FMI projeta que a inflação mundial cairá de 6,8% em 2023 para 5,9% em 2024 e 4,5% em 2025. A resistência da inflação, no entanto, pode levar a ajustes nas expectativas de taxas de juros, afetando os preços de ativos. Gourinchas observa que a guerra na Ucrânia e outras tensões geopolíticas podem exacerbar esses riscos.

A análise do FMI e de especialistas como Geldo Machado apontam para um cenário econômico complexo, com crescimento moderado e desafios inflacionários persistentes. A necessidade de políticas econômicas equilibradas e eficazes é crucial para navegar essas incertezas e garantir a estabilidade econômica global.