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Dólar dispara a R$ 5,589 com preocupações fiscais no Brasil

Moeda americana sobe 1,89% com cenário fiscal incerto

Cédulas de dólar- Trilionário — Foto: Pexels
Cédulas de dólar (Imagem: Pexels)
Cédulas de dólar- Trilionário — Foto: Pexels
Cédulas de dólar (Imagem: Pexels)

O dólar à vista registrou uma forte alta nesta quinta-feira (18), fechando próximo da máxima de R$ 5,589. Esse movimento reflete a crescente preocupação dos investidores com o ajuste das contas públicas brasileiras. No entanto, o avanço dos rendimentos dos Treasuries americanos no mercado externo também contribuiu para a valorização da moeda norte-americana frente ao real, especialmente na segunda metade do dia. Às 16h38 (horário de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos subia 5 pontos-base, atingindo 4,198%.

O dólar comercial encerrou o dia com um aumento de 1,89%, cotado a R$ 5,587 tanto na compra quanto na venda. Então, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrou alta de 1,76%, alcançando 5.594 pontos.

A disparada do dólar nesta semana está ligada às crescentes preocupações do mercado com a situação fiscal do Brasil. Recentemente, o presidente Lula afirmou que o arcabouço fiscal não será sempre sua prioridade no governo, se houver “coisas mais importantes para fazer”. Sendo assim, a declaração aumentou a incerteza sobre o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

No próximo dia 22 de julho, o governo apresentará seu Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. O documento definirá quanto será necessário contingenciar no orçamento para cumprir a meta de resultado primário zero deste ano.

Governo Federal

Nesta quinta-feira, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reiterou que o presidente Lula determinou que o governo não deve gastar mais do que arrecada. A premissa deve se refletir no orçamento do próximo ano. No entanto, essas declarações não foram suficientes para tranquilizar os investidores.

Cenário Externo

A valorização do dólar no exterior também impulsionou a moeda frente ao real. A moeda norte-americana teve fortes ganhos em relação outras divisas de mercados emergentes e exportadores. Assim, o peso chileno, peso mexicano e peso colombiano, que lideraram as maiores perdas globais.

O índice dólar (DXY), que mede a paridade da moeda frente a outras divisas internacionais, avançou 0,44% no dia, atingindo 104,20 pontos. As apostas de que o ex-presidente Donald Trump vencerá a corrida para a Casa Branca têm influenciado a cotação do dólar e a curva dos juros americanos, refletindo nas taxas dos Treasuries, que também abriram nesta quinta-feira.