As bolsas de Nova York encerraram a semana em queda nesta sexta-feira (19), afetadas por um ataque cibernético mundial que gerou interrupções nas operações de várias empresas e provocou cautela entre os investidores. A sessão concluiu uma semana marcada por alta volatilidade, na qual tanto o Dow Jones quanto o S&P 500 atingiram máximas históricas antes de recuarem.
O ataque foi atribuído a uma atualização falha do software de segurança cibernética da CrowdStrike, que afetou máquinas operando com o sistema operacional Microsoft Windows. As ações da CrowdStrike desabaram, enquanto as da Microsoft também sofreram perdas.
O Dow Jones caiu 0,93%, fechando em 40.287,53 pontos, afastando-se do recorde de 41.198,08 pontos estabelecido na quarta-feira. Sendo assim, o índice chegou a recuar mais de 1% durante a sessão. O Nasdaq fechou com uma queda de 0,81%, aos 17.726,94 pontos, e o S&P 500 registrou uma perda de 0,71%, encerrando o dia aos 5.505,00 pontos.
O índice de volatilidade VIX, considerado um indicador do medo em Wall Street, subiu 3,77%, para 16,53 pontos, alcançando o maior nível em quase três meses. Na semana, o Dow Jones acumulou alta de 0,72%, enquanto o S&P 500 (-1,97%) e o Nasdaq (-3,65%) tiveram as maiores perdas semanais desde abril.
Impacto nas ações
As ações da CrowdStrike despencaram 11,1%, tornando-se o pior desempenho no índice S&P 500. O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, informou que uma solução já foi implementada, mas isso não impediu a queda. As ações da Microsoft recuaram 0,74%.
Benefícios para concorrentes
Concorrentes da CrowdStrike, como SentinelOne e Palo Alto Networks, se beneficiaram do incidente, registrando altas de 7,85% e 2,16%, respectivamente. Apesar das interrupções cibernéticas, as negociações nas bolsas dos EUA continuaram normalmente. Contudo, algumas empresas financeiras, como a Bolsa de Valores de Londres, relataram dificuldades operacionais.
Movimentações em Nova York
As ações Netflix caíram 1,51% com investidores realizando lucros, mesmo após a divulgação de resultados sólidos. A empresa reportou um lucro líquido de US$ 2,15 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 44% em comparação ao mesmo período de 2023. O lucro por ação de US$ 4,88 superou as expectativas dos analistas consultados pela FactSet, que previam US$ 4,74. No entanto, o guidance de desaceleração no crescimento de assinantes decepcionou os investidores, apesar das ações acumularem alta de mais de 30% no ano.
As fabricantes de chips também sofreram com a incerteza nas relações entre EUA e China. A Nvidia caiu 2,61%, Qualcomm recuou 2,74%, Intel desvalorizou 5,42% e AMD perdeu 2,69%.
A American Express reportou receita abaixo das expectativas no segundo trimestre, resultando em uma queda de 2,74% das ações.
