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Vale surpreende com lucro de US$ 2,76 bilhões no 2º tri

Receita líquida atinge US$ 9,9 bi e Ebitda fica em US$ 3,9 bi

VALE
(Imagem: divulgação/Vale)
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(Imagem: divulgação/Vale)

No segundo trimestre de 2024, a Vale (VALE3) surpreendeu o mercado ao reportar um lucro líquido de US$ 2,76 bilhões, atribuído aos acionistas, superando as projeções de US$ 1,7 bilhão, conforme o consenso da Refinitiv. O resultado representa um aumento de 210% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A receita líquida da mineradora foi de US$ 9,9 bilhões, um crescimento anual de 3%, alinhando-se às expectativas do mercado. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de US$ 3,9 bilhões, mantendo-se estável em comparação ao ano anterior, mas ligeiramente abaixo do consenso de US$ 4,06 bilhões.

Produção recorde impulsiona resultados da Vale

Duas semanas antes do anúncio oficial dos resultados financeiros, a Vale divulgou sua prévia operacional para o período de abril a junho. A empresa teve uma produção recorde. A mineradora produziu 80,598 milhões de toneladas de minério de ferro, um aumento de 2,4% em comparação ao ano anterior. As vendas avançaram 7,3%, atingindo 79,792 milhões de toneladas. O preço médio dos finos de minério de ferro, usando o 62% Fe como referência, permaneceu praticamente estável, com uma leve alta de 1%, alcançando US$ 111,8 por tonelada. Já os preços das pelotas caíram 2%, para US$ 157,2 por tonelada.

Apesar do aumento na receita, os maiores custos caixa (C1) de finos de minérios pressionaram o Ebitda da Vale, devido ao incremento nas compras de terceiros e nas atividades de manutenção. A companhia também mencionou que as taxas de frete continuam elevadas, e que os efeitos não recorrentes beneficiaram os resultados do ano anterior. Os custos e despesas totais cresceram 9% no ano, totalizando US$ 6,9 bilhões.

Custos e despesas impactam margens

A Vale informou que o custo caixa de finos de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, foi 6% maior trimestralmente, atingindo US$ 24,9 por tonelada. Esse aumento deve-se principalmente ao impacto sazonal do giro de estoques e à concentração de atividades de manutenção. No entanto, os maiores volumes de produção e a depreciação do real compensaram parcialmente esses efeitos.

Embora a área de metais básicos tenha registrado uma alta de 49% no Ebitda anual, atingindo US$ 351 milhões. O desempenho positivo não compensou o desempenho mais fraco do setor de mineração. A Vale atribuiu o bom desempenho na área de metais básicos aos maiores preços realizados de cobre, impulsionados pelo aumento no preço de referência da LME. Além disso, o aumento do volume de vendas, com destaque para a unidade de Salobo, também contribuiu para os resultados positivos.

 

Impacto dos gastos financeiros e desinvestimentos

Os resultados finais da Vale foram impactados por maiores gastos financeiros. A companhia desembolsou US$ 1,2 bilhões nesta frente, um valor maior em comparação aos US$ 157 milhões gastos no ano anterior. O aumento é atribuído principalmente aos maiores gastos com derivativos, decorrentes da depreciação do real.

Por outro lado, o desinvestimento na subsidiária PVTI, da área de Metais Básicos, beneficiou o resultado. A Vale concluiu a venda de uma participação na empresa há quatro semanas, contribuindo positivamente para os resultados do trimestre.