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Ações da Usiminas caem 20% após resultados do 2T24

Investidores reagem negativamente ao desempenho da siderúrgica

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Ações da Usiminas caem 20% / (Foto: reprodução Youtube Usiminas).
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Ações da Usiminas caem 20% / (Foto: reprodução Youtube Usiminas).

As ações da Usiminas (USIM5) sofreram uma queda expressiva de mais de 20% nesta sexta-feira, 26 de julho, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24). O desempenho financeiro da siderúrgica no período gerou grande desapontamento entre os investidores, levando à forte desvalorização dos papéis.

Resultados Financeiros do 2T24

No segundo trimestre de 2024, a Usiminas reportou um prejuízo líquido de R$ 100 milhões, revertendo o lucro de R$ 287 milhões registrado no mesmo período do ano anterior e o lucro de R$ 36 milhões do primeiro trimestre deste ano. Este prejuízo foi atribuído principalmente à piora no resultado operacional e à desvalorização do real frente ao dólar, que impactou negativamente a dívida da empresa.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Usiminas totalizou R$ 247 milhões, uma queda de 33% em relação ao segundo trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada foi de 4%, comparada aos 5% registrados um ano antes. A receita líquida caiu 8% em comparação anual, atingindo R$ 6,350 bilhões. No entanto, houve um aumento de 2% na comparação trimestral.

Impacto nos Segmentos Operacionais

A unidade de mineração da Usiminas apresentou um crescimento de 16% na receita líquida no período, beneficiada por mecanismos de precificação e câmbio favoráveis, apesar da queda de 10% nos preços de referência da Platts para o minério de ferro. No entanto, o desempenho geral da empresa foi prejudicado pelos resultados fracos na divisão de aço.

O Capex (investimentos em capital) totalizou R$ 231 milhões no segundo trimestre, uma redução de 74% em comparação com o mesmo período do ano anterior e 14% inferior ao trimestre anterior. O caixa consolidado da Usiminas somou R$ 5,605 bilhões ao final do período, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, mas uma queda de 2% em comparação ao trimestre anterior.

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Desempenho do Ebitda e Expectativas Futuras

O Ebitda ajustado da Usiminas ficou 22% abaixo do consenso do mercado e 34% abaixo da projeção do Itaú BBA, que destacou preços realizados mais fracos no mercado siderúrgico nacional. O Goldman Sachs também apontou que os custos operacionais da empresa foram superiores ao esperado, resultando em um Ebitda significativamente abaixo das previsões.

Para o terceiro trimestre de 2024 (3T24), a Usiminas tem uma previsão de Ebitda mais alto na divisão de aço, impulsionado por volumes e preços mais fortes e custos mais baixos. No entanto, a expectativa de estabilidade nos custos na divisão siderúrgica pode ser uma decepção para investidores que esperavam maiores ganhos de eficiência.

Reação do Mercado e Análises de Especialistas

As ações da Usiminas lideraram as quedas do Ibovespa após a divulgação do balanço. Por volta das 11h, os papéis caíam 17,39%, cotados a R$ 6,87. Segundo o Goldman Sachs, o balanço foi fraco e já se esperava uma reação negativa do mercado devido aos resultados abaixo das expectativas.

O Bradesco BBI manteve a recomendação de compra para as ações da Usiminas, com um preço-alvo de R$ 12, representando um potencial de valorização de 44,9%. O Goldman Sachs, por sua vez, projeta um preço-alvo de R$ 14, um upside de 69,1% em relação ao último fechamento.

Perspectivas para o Futuro

Na teleconferência de resultados, Marcelo Chara, CEO da Usiminas, destacou que a desvalorização do real frente ao dólar aumentou os custos de insumos e matéria-prima, pressionando ainda mais a rentabilidade da empresa. Chara prevê um aumento no volume de vendas no mercado interno no próximo trimestre, acompanhando uma esperada maior atividade econômica. No mercado internacional, as oportunidades de exportação serão limitadas, exceto em mercados regionais com produtos de alto valor agregado.

Para o terceiro trimestre, a Usiminas planeja revisar os preços do aço, com um aumento estimado entre 5% a 7%, a ser aplicado ainda neste trimestre. Esse ajuste de preço visa compensar os custos elevados e melhorar a margem de rentabilidade da companhia.