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97% dos brasileiros aprovam semana de trabalho de quatro dias

Piloto mostrou aumento na produtividade e redução da ansiedade

Mercado de trabalho - Empregos - Emprego e Carteira de trabalho - jornada de trabalho - desemprego - trabalhadores brasileiros
(Imagem: divulgação/Gecom Sedepe)
Mercado de trabalho - Empregos - Emprego e Carteira de trabalho - jornada de trabalho - desemprego - trabalhadores brasileiros
(Imagem: divulgação/Gecom Sedepe)

O Brasil foi pioneiro na América do Sul ao testar a semana de quatro dias de trabalho. Participaram do piloto 19 empresas e 252 colaboradores. Os resultados foram positivos: 97% dos participantes desejam manter a jornada reduzida. Além disso, a produtividade aumentou e a ansiedade diminuiu.

A pesquisa, realizada pela 4 Day Week Global e Boston College, em parceria com a Reconnect Happiness at Work e a EAESP-FGV, revelou dados importantes. Após seis meses de teste, os colaboradores relataram melhorias na execução de projetos e maior capacidade de cumprir prazos, mesmo com a redução de 20% no tempo de trabalho.

A criatividade e inovação foram os aspectos mais impactados. Cerca de 80,7% dos trabalhadores notaram melhorias nessas áreas. Os benefícios estenderam-se à saúde mental. Entretanto, oito em cada dez participantes sentiram mais energia para realizar tarefas. Quase 46% reduziram a sensação de desgaste no final do dia, e 30,5% sentiram menos ansiedade durante a semana.

Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness at Work e responsável pelo estudo, afirmou que os impactos são benéficos para empresas e colaboradores. Em entrevista à CNN, ela destacou a necessidade de adaptação das empresas para o sucesso do projeto.

“As empresas precisam redesenhar o trabalho, priorizar atividades, usar tecnologia, melhorar a comunicação e fortalecer as relações entre as pessoas,” explicou.

Entre as iniciativas sugeridas, estão a redução de reuniões e o planejamento detalhado das atividades. Sendo assim, as mudanças mostraram impacto social positivo. Quase 90,1% dos participantes relataram maior colaboração, 71,3% tiveram mais energia para amigos e família, e 49% melhoraram seus relacionamentos com gestores.

Gênero

A pesquisa também mostrou diferenças de gênero. As mulheres conseguiram equilibrar melhor suas jornadas. Homens heterossexuais relataram passar mais tempo com a família. A amostra da pesquisa incluiu 63,7% de mulheres e 36,3% de homens, majoritariamente entre 18 e 24 anos. Contudo, quase 70% dos participantes têm filhos e a maioria é casada.

Renata Rivetti enfatizou a necessidade de desmistificar a ideia de que horas trabalhadas são sinônimo de produtividade. “Trabalhar melhor é fundamental para a sustentabilidade humana e dos negócios,” afirmou.

Apesar dos resultados positivos, Renata Rivetti reconhece que o Brasil ainda valoriza excessivamente o comportamento workaholic. “O país não está pronto para adotar 100% a semana de quatro dias, mas alcançamos maturidade suficiente para discutir um trabalho mais flexível,” concluiu.