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Credores da Oi rejeitam proposta bilionária da Ligga Telecom

Segunda rodada de leilão para ClientCo é esperada

Entenda o que levou os credores da Oi a rejeitar proposta de compra. (Foto: Divulgação)
Entenda o que levou os credores da Oi a rejeitar proposta de compra. (Foto: Divulgação)
Entenda o que levou os credores da Oi a rejeitar proposta de compra. (Foto: Divulgação)
Entenda o que levou os credores da Oi a rejeitar proposta de compra. (Foto: Divulgação)

A Oi (OIBR3), atualmente em processo de recuperação judicial, comunicou na terça-feira (30), que seus credores rejeitaram a oferta apresentada pela Ligga Telecomunicações para aquisição da ClientCo. A proposta foi feita durante a primeira rodada de venda do ativo.

A Ligga, empresa de telecomunicações do Paraná, ofereceu R$ 1,03 bilhão pela totalidade da ClientCo. No entanto, essa proposta ficou bem abaixo do valor mínimo exigido pela Oi, de R$ 7,3 bilhões. Devido a essa discrepância, a proposta foi encaminhada para a avaliação dos credores.

Avaliação e próximos passos

Em comunicado oficial, a Oi informou que a decisão dos credores foi submetida pelo administrador judicial ao juízo da recuperação judicial. Este juízo será responsável por decidir sobre o encerramento da primeira rodada e o início de uma segunda rodada de ofertas.

Durante a primeira rodada do leilão, a Ligga foi a única empresa a apresentar uma proposta concreta, embora outras companhias como Vero e Brasil TecPar tenham demonstrado interesse inicial. A oferta da Ligga representava uma redução de 85,9% em relação ao valor estipulado pela Oi.

Os credores das opções de reestruturação I e da Dívida ToP sem garantia 2024/2025 Reinstated – Opção I não concordaram com o lance da Ligga. De acordo com o plano de recuperação judicial da Oi, caso uma oferta fosse inferior ao valor mínimo, os credores poderiam deliberar sobre a aceitação ou não do negócio, o que acabou não acontecendo.

Contexto e expectativas

A ClientCo, unidade de clientes de fibra óptica da Oi, possui aproximadamente 4,3 milhões de assinantes. A venda dessa unidade é uma parte crucial do plano de recuperação judicial da Oi, que visa levantar pelo menos R$ 7,3 bilhões.

A rejeição da proposta da Ligga abre caminho para a entrada da V.tal, empresa de rede neutra controlada pelo BTG. A V.tal já tem um acordo preliminar com os credores da Oi para adquirir a base de clientes de fibra óptica, caso a primeira rodada de leilão não resulte em uma venda satisfatória.

Desdobramentos recentes

Desde que a primeira rodada do leilão resultou em apenas uma proposta abaixo do esperado, o mercado tem aguardado ansiosamente pelos próximos passos. Na terça-feira, a Oi comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que os credores rejeitaram formalmente o lance da Ligga.

Vale lembrar que a proposta inicial da Ligga, de R$ 1,03 bilhão, foi a única apresentada até agora, enquanto o plano de recuperação judicial aprovado em abril deste ano estipulava um valor mínimo de R$ 7,3 bilhões para a venda da ClientCo.

Com a rejeição da proposta, os administradores judiciais agora submetem a deliberação dos credores ao tribunal responsável pela recuperação judicial. Este tribunal decidirá sobre o encerramento da primeira rodada e o início de uma segunda rodada de leilão.

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Situação financeira e recuperação judicial

A Oi, que está em recuperação judicial pela segunda vez desde 2016, enfrenta desafios em sua reestruturação. Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro homologou o plano de recuperação judicial da Oi, aprovado em assembleia de credores em abril. A decisão judicial faz ressalvas em relação a algumas cláusulas específicas do plano, como a novação dos créditos e o compromisso de não litigar.

O plano de recuperação judicial aprovado prevê que os credores terão um prazo de 30 ou 20 dias, dependendo da opção de pagamento, para reavaliar a situação econômico-financeira de seus créditos e escolher a melhor forma de pagamento.

Além das incertezas sobre a venda da ClientCo, a Oi enfrenta prazos críticos para o rolamento da dívida e novo financiamento. Essas medidas também fazem parte do plano de recuperação judicial e deveriam ter sido cumpridas até 15 de julho, mas foram prorrogadas.