A 3R Petroleum (RRRP3) apresentou um prejuízo líquido de R$ 363,1 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), revertendo o lucro de R$ 79,4 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Esse resultado foi impactado pelas despesas financeiras incorridas no período.
Resultados operacionais e financeiros
Apesar do prejuízo, a empresa registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 850 milhões no 2T24, um crescimento de 4,3 vezes em comparação aos R$ 199,5 milhões do 2T23. A margem Ebitda ajustada aumentou para 33% entre janeiro e março de 2024, representando uma alta de 9,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da 3R Petroleum somou R$ 2,575 bilhões no segundo trimestre de 2024, um aumento de 3,1 vezes em comparação ao 2T23. Segundo a empresa, este crescimento é atribuído principalmente à marcação a mercado de instrumentos financeiros dolarizados, que gerou um impacto de R$ 854,6 milhões devido à valorização do dólar americano no fechamento do trimestre em relação ao 1T24. Adicionalmente, as despesas com juros relacionadas aos instrumentos financeiros contratados somaram R$ 238,9 milhões.
Em 31 de junho de 2024, a dívida líquida da companhia era de R$ 6,453 bilhões.
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Fusão com Enauta e perspectivas futuras
A fusão da 3R Petroleum com a Enauta (BVMF) tem sido um ponto central para analistas e investidores, ofuscando até mesmo os resultados trimestrais das companhias. O Bank of America (NYSE) mantém uma visão positiva, destacando que a produção da 3R deve crescer 46% em 2024 e outros 31% em 2025, recomendando a compra das ações da empresa com um preço-alvo de R$ 47.
Analistas do Bank of America citam o potencial da 3R para aumentar a produção de óleo e gás de ativos maduros adquiridos nos últimos anos. Além disso, os ativos mid e downstream adquiridos com o cluster Potiguar não estão incluídos nos números do consenso.
Análises e recomendações
O BTG Pactual reforça a recomendação de compra para a 3R, mas destaca a necessidade de priorização de ativos para gerenciar eficientemente o complexo portfólio da empresa. Analistas ressaltam que a menor confiança na geração de fluxo de caixa da nova empresa em 2025 impede uma valorização mais rápida das ações.
A Empiricus, por sua vez, aponta os R$ 958 milhões em caixa operacional no segundo trimestre como um destaque positivo, representando um aumento de 743% em relação ao período anterior. Nesse sentido, a forte performance se deve à expansão da produção, ao aumento dos preços do petróleo e do dólar, e à venda de estoques acumulados no final do trimestre anterior.
Por outro lado, o custo de extração do petróleo e gás aumentou 21% no trimestre, chegando a US$ 22,60 por barril, devido ao aumento da representatividade de Papa-Terra, que possui um custo de extração mais alto, e às intervenções de manutenção e desenvolvimento nos Complexos Papa-Terra e Potiguar.