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Exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha apresenta crescimento

Indústria em Minas Gerais é estratégica no cenário global de transição para energias renováveis.

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Exploração de lítio cresce em Minas Gerais/(Foto: Goumbik/Pexels).
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Exploração de lítio cresce em Minas Gerais/(Foto: Goumbik/Pexels).

O lítio tem se destacado como um componente crucial na transição global para fontes de energia renováveis. No Brasil, uma região específica tem atraído a atenção de investidores internacionais: o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Este local, responsável pela maior parte da produção nacional de lítio, está emergindo como um ponto estratégico no setor mineral. 

O lítio é um metal de cor branca acinzentada utilizado em diversas indústrias como a de tecnologia, energia e a farmacêutica. No Brasil, é extraído do espodumênio, um mineral encontrado em rochas pegmatito a profundidades que variam entre 18 km e 26 km. O Brasil se destaca na produção de lítio, especialmente devido à sua importância na fabricação de baterias para veículos elétricos, um setor que está crescendo rapidamente devido à demanda por alternativas mais sustentáveis aos combustíveis fósseis. 

O impacto da exploração de lítio 

Em 2023, a Sigma, uma multinacional canadense, iniciou a exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha. Esta foi a primeira empresa estrangeira a se estabelecer na região. Atualmente, outras três mineradoras internacionais estão em fase de estudo para novos projetos, com previsão de implantação de uma delas ainda em 2024. Conhecido por seus baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), o Vale do Jequitinhonha passou a ser conhecido como o Vale do Lítio, uma referência ao seu crescente papel na produção de lítio. 

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O lítio e a economia global 

O aumento global no consumo de lítio, que foi de 41% em 2022 comparado ao ano anterior, é um reflexo do crescente interesse por carros elétricos e outras tecnologias que utilizam baterias de lítio. O geólogo Leonardo Azevedo Sá Alkmin, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, aponta que o “boom do lítio” é uma grande atração para novas empresas, pois o lítio desempenha um papel crucial na transição energética global. 

Em 2023, a produção de lítio no Brasil, totalmente concentrada em Minas Gerais, foi de 15,2 mil toneladas, avaliadas em R$ 2,7 bilhões. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de lítio, atrás de Austrália, Chile, China e Argentina. O projeto Vale do Lítio, lançado pelo governo de Minas em maio de 2023, visa atrair investimentos para a extração e processamento do metal. O projeto já atraiu R$ 5,5 bilhões em negócios, gerando mais de 10 mil empregos e contribuindo com R$ 55,1 milhões em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). 

Desafios e oportunidades 

Apesar dos benefícios, a chegada de novas empresas estrangeiras também apresenta desafios, como a escassez de mão-de-obra técnica.  A demanda gera  uma oportunidade de crescimento de carreira para profissionais do setor nesta região. A Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que opera desde 1991, está expandindo seus projetos e trabalhando com a Federação das Indústrias de Minas Gerais para trazer uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para Araçuaí, visando mitigar a falta de profissionais qualificados. 

As perspectivas para o Vale do Jequitinhonha são promissoras. A Sigma já enviou sua primeira carga de lítio para a China. Outras empresas, como a MG LIT (Lithium Ionic) e a Atlas Lithium, estão investindo na região. A MG LIT planeja iniciar a construção de seu Projeto Bandeira em 2024, com uma estimativa de investimento de aproximadamente R$ 1,4 bilhão. A Atlas Lithium, por sua vez, assinou um protocolo de investimentos de R$ 1 bilhão e planeja comercializar até 150 mil toneladas de concentrado de lítio por ano.