A recente expansão do mercado de apostas esportivas online no Brasil tem levantado preocupações sobre seu impacto na recuperação econômica das classes mais baixas. Estudos da Strategy&, consultoria estratégica da PwC, revelam que, apesar da melhora nos indicadores de emprego e renda, a recuperação do poder de compra das classes C e D está aquém das expectativas. O aumento nos gastos com ambientes de bets, que vão desde apostas a jogos de azar, está pressionando o orçamento dessas famílias e dificultando uma recuperação do setor varejista.
Gastos com apostas e seus efeitos econômicos
Em 2023, a indústria de apostas online no Brasil movimentou entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões. Para 2024, a projeção é que o setor atinja até R$ 130 bilhões. Esse valor é comparável ao volume de vendas previsto para a Mercado Livre, a maior empresa digital da América Latina no país.
A elevada participação de consumidores das classes C e D nesse mercado tem sido apontada como um fator significativo que desvia recursos que poderiam ser utilizados em outras áreas do consumo. Muitos desses consumidores têm alocado dinheiro da poupança em apostas. Isso não só compromete suas finanças pessoais, mas também impede uma recuperação mais robusta do consumo no varejo.
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Desafios para a recuperação econômica
O estudo da Strategy& destaca que o crescimento do setor de apostas não está necessariamente refletindo uma melhoria no poder de compra das classes mais baixas. Em vez disso, ele pode estar exacerbando desigualdades e dificultando a recuperação econômica mais ampla. O aumento dos gastos com apostas esportivas está criando um efeito de redução no consumo de bens e serviços tradicionais.
Perspectivas futuras
É crucial que políticas sejam implementadas para mitigar os impactos negativos sobre o consumo. O desenvolvimento de estratégias para gerenciar a expansão das apostas e promover uma recuperação econômica será fundamental para garantir uma recuperação mais ampla e sustentável.
