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Ata do Copom: BC em alerta com alta do dólar

BC avalia risco inflacionário e mantém Selic em 10,50%

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Ata do Copom expressa preocupação do BC com alta do dólar /(Foto: divulgação sede BCB - Rafael Ribeiro/BCB)
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Ata do Copom expressa preocupação do BC com alta do dólar /(Foto: divulgação sede BCB - Rafael Ribeiro/BCB)

O Banco Central do Brasil (BC) manifestou preocupações sobre a recente alta do dólar e seu impacto potencial na inflação futura. Em ata divulgada após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC declarou que não hesitará em elevar a taxa de juros se necessário para garantir a convergência da inflação às metas estabelecidas.  

Na reunião realizada na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano, marcando a segunda reunião consecutiva com manutenção da taxa. A decisão reflete a avaliação do BC sobre os movimentos recentes no mercado de câmbio e suas implicações para a inflação. 

Impactos da alta do dólar  

Os dados recentes mostraram que o dólar teve uma alta expressiva nas últimas semanas, o que levou o Banco Central a analisar cuidadosamente os impactos dessa alta na dinâmica inflacionária. O aumento do dólar pode afetar os preços internos por meio de diversos canais, como a importação de produtos e insumos, além de ajustar os preços domésticos para se equiparar aos praticados internacionalmente. 

O BC destacou que, se a alta do dólar se mantiver, os impactos inflacionários podem ser significativos. Em resposta, o Comitê enfatizou a necessidade de vigilância constante e possível ajuste na política monetária para manter a inflação dentro das metas estabelecidas. 

Expectativas de inflação e projeções futuras 

A recente ata do Copom também abordou as expectativas de inflação, que têm mostrado tendência de alta. A meta de inflação para este ano é de 3%, com uma tolerância que vai de 1,5% a 4,5%. No entanto, as previsões do mercado financeiro e do próprio Banco Central indicam que a inflação pode ficar acima da meta central nos próximos anos. 

Para 2024, economistas projetam uma inflação de 4,12%, e para 2025, de 3,98%. Essas estimativas estão acima das metas centrais estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC também revisou suas próprias projeções, aumentando a estimativa para a inflação de 2024 para 4,2% e para 2025 para 3,6%. 

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Política monetária e cenário global 

O Comitê de Política Monetária destacou que, para combater a alta inflação, a política monetária deve ser ajustada com base em projeções futuras, uma vez que as mudanças na taxa Selic levam de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. O BC está atualmente focado não apenas na meta de inflação deste ano, mas também em cenários futuros até 2025 e além. 

Além disso, o Banco Central observou um cenário adverso, com fluxos de capital e incertezas econômicas que afetam a taxa de câmbio. Nos Estados Unidos, por exemplo, há um cenário misto de resiliência econômica e desaceleração em algumas áreas. Em países emergentes, a depreciação das moedas reflete um ambiente econômico desafiador.