A sessão na Bolsa do Japão da última segunda (5), marcada como a pior desde 1987, teve um impacto devastador em diversas frentes. Um dos principais atingidos foi o gigante financeiro Softbank Group, cujas ações despencaram 19% em um único dia. Essa queda abrupta resultou em uma perda considerável para seu fundador e CEO, Masayoshi Son.
Conforme cálculos da CNBC, utilizando a lista de bilionários da Forbes, Masayoshi Son viu sua fortuna encolher em US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 26,6 bilhões) apenas na segunda-feira. A queda das ações do Softbank eliminou aproximadamente US$ 28,3 bilhões (mais de R$ 163 bilhões) do valor de mercado da empresa desde o fechamento das negociações na quarta-feira anterior.
O Softbank, um dos maiores investidores em tecnologia globalmente, vinha experimentando uma fase positiva na bolsa, impulsionada pela recuperação do Vision Fund e pela valorização das ações da Arm, uma empresa britânica de design de chips detida majoritariamente pelo grupo japonês.
Queda histórica da Bolsa do Japão contrasta com expectativas dos investidores e recuperação do Vision Fund
Os investidores estão ansiosos pela divulgação dos lucros fiscais do primeiro trimestre do Softbank, programada para quarta-feira (7). A expectativa é de que esses resultados demonstrem uma recuperação mais robusta do Vision Fund, um dos pilares estratégicos da companhia.
Masayoshi Son, que manteve um perfil relativamente discreto nos últimos tempos, voltou aos holofotes em junho para expressar sua visão sobre o futuro da inteligência artificial. Son prevê que essa tecnologia se tornará 10.000 vezes mais inteligente que os humanos.
Colapso do índice Nikkei e valorização do iene
A Bolsa de Tóquio registrou uma queda histórica ontem (5). O índice Nikkei 225, principal referência do mercado japonês, sofreu a maior queda em pontos de sua história, com uma queda de 12,4%, ou 4.451,28 pontos, encerrando o dia em 31.458,42 pontos. Esta perda superou o recorde estabelecido durante a quebra da bolsa em outubro de 1987.
O índice Topix, que abrange um maior número de ações, também caiu 12,23%, fechando em 2.227,15 pontos. A valorização do iene, que subiu para 141,73 por dólar, representou um obstáculo adicional para os exportadores japoneses, intensificando as preocupações econômicas.
Reação do mercado e elevação das taxas de juros
A recente recuperação da bolsa japonesa foi impulsionada pelo Banco Central do Japão, que elevou as taxas de juros pela segunda vez em 17 anos. Esta medida, no entanto, contrastou com a sinalização do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que indicou a possibilidade de redução das taxas a partir de setembro.
Em outros mercados asiáticos, os índices também registraram quedas. O índice Taiex de Taiwan caiu mais de 8%, enquanto o KOSPI de Seul recuou 9,6%. Em contraste, as bolsas chinesas tiveram declínios mais suaves: o Índice Hang Seng de Hong Kong caiu 2,7%, o Índice Composto de Xangai recuou 1,4% e o Índice Shenzhen diminuiu 1,8%.
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Perspectivas para o futuro do Softbank
Apesar da queda histórica da Bolsa do Japão, o Softbank está confiante em uma recuperação, especialmente com a divulgação do balanço financeiro do segundo trimestre. Os analistas projetam que os resultados do Vision Fund, principalmente com investimentos em inteligência artificial, possam trazer um alívio para a empresa.
No acumulado de uma semana, as ações do Softbank desabaram mais de 24%, cotadas em US$ 106,4. A empresa abriu seu capital no final do ano passado, quando as ações foram precificadas em cerca de US$ 60.
