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Petrobras tem prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2T24

Primeiro prejuízo trimestral desde 2020 surpreende o mercado

Agência Petrobras/Divulgação
(Imagem: divulgação/Agência Petrobras)
Agência Petrobras/Divulgação
(Imagem: divulgação/Agência Petrobras)

A Petrobras (PETR3;PETR4) apresentou, na última quinta-feira (8), os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), revelando um cenário inesperadamente desfavorável. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões, seu primeiro desde o terceiro trimestre de 2020, surpreendendo analistas e investidores.

A reversão do lucro de R$ 28,7 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior causou estranheza, especialmente considerando que o mercado esperava um lucro de R$ 22,3 bilhões. De acordo com a Petrobras, o prejuízo foi impulsionado por fatores não recorrentes, incluindo um acordo tributário com o governo e variações cambiais desfavoráveis. Esses elementos, juntamente com os custos do acordo de trabalho de 2023, pesaram nos resultados da empresa.

As perdas financeiras líquidas cresceram para R$ 36,396 bilhões, um salto em comparação aos R$ 269 milhões negativos de um ano atrás. A empresa destacou a desvalorização do real em relação ao dólar como um dos principais responsáveis por esse resultado, com a moeda brasileira depreciando-se em 11,2% durante o 2T24.

Receita e Ebitda

A receita líquida da Petrobras somou R$ 122,258 bilhões. É um aumento de 7,4% em relação ao mesmo trimestre de 2023. O forte desempenho no mercado externo, que expandiu 54,3% e totalizou R$ 36,529 bilhões, sustentou esse crescimento. Em contraste, o mercado interno viu uma retração de 4,9%, com a receita caindo para R$ 85,729 bilhões.

 

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O Ebitda ajustado da empresa, que indica o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 49,740 bilhões, apresentando uma queda de 12,3%. Já o Ebitda recorrente, que exclui itens não recorrentes, registrou um leve aumento de 5,5%, totalizando R$ 62,332 bilhões.

Revisão de investimentos

Os itens não recorrentes representaram um peso considerável nos resultados da Petrobras, acumulando R$ 23,009 bilhões em despesas. Entre os principais fatores que contribuíram para esse montante estão os efeitos de um acordo tributário e a revisão atuarial do Plano de Saúde da empresa, que adicionaram R$ 15,839 bilhões em perdas.

Diante desse cenário, a Petrobras anunciou uma revisão para baixo na projeção de investimentos para 2024. A empresa reduziu o valor para uma faixa entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões, contrastando com os US$ 18,5 bilhões previstos anteriormente. Além disso, a Petrobras decidiu ajustar o capex do setor de Exploração e Produção (E&P) para um intervalo entre US$ 11,1 bilhões e US$ 12,1 bilhões neste ano.

Apesar dos desafios e do prejuízo inesperado, a Petrobras conseguiu gerar um Fluxo de Caixa Operacional (FCO) forte de R$ 47,2 bilhões no segundo trimestre. É um valor superior ao registrado no trimestre anterior. No entanto, a empresa reforçou que os impactos financeiros foram de natureza contábil e não tiveram grande efeito sobre o caixa.