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Malásia se consolida como o novo hub de semicondutores na Ásia

Crescimento do setor coloca país como peça-chave na cadeia mundial de suprimentos tecnológicos

Kulim Hi-Tech Park, peça-chave no setor de semicondutores na Malásia. (Foto: Reprodução/Facebook)
Kulim Hi-Tech Park, peça-chave no setor de semicondutores na Malásia. (Foto: Reprodução/Facebook)
Kulim Hi-Tech Park, peça-chave no setor de semicondutores na Malásia. (Foto: Reprodução/Facebook)
Kulim Hi-Tech Park, peça-chave no setor de semicondutores na Malásia. (Foto: Reprodução/Facebook)

A Malásia está emergindo rapidamente como um centro vital no setor global de fornecimento de semicondutores, atraindo investimentos bilionários de gigantes tecnológicos. No parque industrial de Kulim, os guindastes de construção ainda são visíveis em torno da nova fábrica da AT&S, uma empresa austríaca de tecnologia. No entanto, o ritmo de trabalho dentro da instalação já é intenso, com legiões de trabalhadores se preparando para atingir a capacidade total de produção até o final do ano.

Crescimento do setor de semicondutores na Malásia

Nos últimos anos, empresas como Intel e Infineon têm investido pesadamente na Malásia, com aportes de US$ 7 bilhões cada. Essas iniciativas são parte de uma estratégia mais ampla que visa diversificar a cadeia de suprimentos global e reduzir a dependência da China, especialmente em setores críticos como semicondutores e veículos elétricos.

A Nvidia, por exemplo, em parceria com um conglomerado de serviços públicos da Malásia, está desenvolvendo um centro de supercomputação e nuvem de inteligência artificial, um projeto avaliado em US$ 4,3 bilhões. Além disso, empresas como Texas Instruments, Ericsson, Bosch e Lam Research estão expandindo suas operações no país, atraídas pela infraestrutura robusta e pelo apoio governamental.

Atração de investimentos e diversificação

O crescimento da Malásia como um hub de semicondutores é impulsionado por vários fatores estratégicos. A localização do país no Sudeste Asiático, suas relações econômicas com potências como China e Estados Unidos, e seu histórico de sucesso na manufatura de produtos eletrônicos, tornaram a Malásia um destino preferido para investimentos em semicondutores.

Desde a década de 1970, a Malásia tem se destacado na produção e exportação de semicondutores, sendo atualmente o sexto maior exportador mundial desses produtos. A criação de zonas de livre comércio, incentivos fiscais, e uma mão de obra qualificada e de língua inglesa foram cruciais para atrair empresas de renome mundial, como Intel e Osram.

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Estratégia nacional de semicondutores

O governo malaio, reconhecendo a importância do setor de semicondutores para sua economia, lançou recentemente a Estratégia Nacional de Semicondutores (NSS). Esse plano de três fases, com um apoio fiscal de US$ 5,3 bilhões, visa transformar o país em uma potência global na fabricação, design e embalagem de semicondutores.

O primeiro-ministro Anwar Ibrahim destacou que a Malásia já possui uma forte base em montagem e teste de semicondutores, mas agora o foco é mover-se para atividades de maior valor agregado, como design de circuitos integrados e fabricação de wafers. O plano é essencial para fortalecer a posição do país em meio à competição global acirrada por participação no mercado de semicondutores, que deve alcançar US$ 1 trilhão até 2030.

Desafios e oportunidades

Apesar dos avanços, a indústria de semicondutores na Malásia enfrenta desafios, como a escassez de mão de obra qualificada e salários relativamente baixos, que têm levado muitos engenheiros a buscar oportunidades em países vizinhos, como Singapura. No entanto, com a implementação do National Industrial Master Plan (NIMP) 2030, o governo pretende dobrar o salário médio na manufatura e atrair mais talentos para o setor.

A diversificação geográfica e tecnológica, além do aumento dos investimentos em infraestrutura, como energia verde e 5G, são vistos como estratégias para manter o ímpeto de crescimento do setor de semicondutores na Malásia.