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Em meio à recuperação da Avon, Natura enfrenta prejuízo no 2T24

Avon Products solicita recuperação judicial nos EUA

(Foto: Divulgação).
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O grupo brasileiro de cosméticos Natura (NTCO3) reportou um prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre de 2024, um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse prejuízo é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela companhia, em particular devido a um write-off não-caixa de R$ 725 milhões, relacionado à reestruturação da Avon Products Inc. (API), adquirida em 2020.

Apesar do prejuízo, Natura registra crescimento do Ebitda e receita líquida

Embora a empresa tenha registrado aumento no prejuízo, a Natura conseguiu registrar um crescimento expressivo no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado, que atingiu R$ 808,5 milhões, um aumento de 14,2% em relação ao segundo trimestre de 2023. O Ebitda reportado foi de R$ 670,8 milhões, uma alta de 57,2% na comparação anual.

A receita líquida também mostrou avanço, alcançando R$ 7,352 bilhões, um crescimento de 5,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este resultado positivo foi impulsionado pela forte performance da Natura na América Latina, particularmente no Brasil, onde a margem operacional continuou a expandir.

Impacto da reestruturação da Avon Products

A reestruturação da Avon Products Inc. teve um impacto nos resultados da Natura. A API, uma subsidiária da Natura nos Estados Unidos, entrou com um pedido de recuperação judicial sob o Capítulo 11, um processo similar à recuperação judicial no Brasil. A Natura é a maior credora da API e se comprometeu a fornecer um financiamento de US$ 43 milhões para manter as operações durante o processo, além de uma oferta de US$ 125 milhões para adquirir as operações da Avon fora dos EUA.

Leia também: Avon, do grupo Natura, entrou com um pedido de recuperação judicial

Dívida e fluxo de caixa

A dívida líquida da Natura, excluindo leasing, atingiu R$ 2,1 bilhões no segundo trimestre de 2024, um aumento expressivo em comparação aos R$ 275 milhões registrados no primeiro trimestre. Esse aumento foi previsto pela empresa devido ao pagamento de dividendos e ao consumo de caixa relacionado à sazonalidade anual e investimentos para acelerar o crescimento das vendas.

Expectativas para o futuro

A Natura espera uma melhora na alavancagem e na geração de caixa no segundo semestre de 2024, com a continuidade da reestruturação e dos esforços para melhorar a rentabilidade. A empresa continua a buscar estratégias para equilibrar o crescimento operacional com a necessidade de resolver os desafios financeiros impostos pela reestruturação da Avon.