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Entenda o papel dos fundos patrimoniais nas universidades brasileiras

Como funcionam os fundos vinculados às universidades?

Fundos patrimoniais são realidade em universidades com a USP São Carlos. (Foto: Divulgação/USP São Carlos)
Fundos patrimoniais são realidade em universidades com a USP São Carlos. (Foto: Divulgação/USP São Carlos)
Fundos patrimoniais são realidade em universidades com a USP São Carlos. (Foto: Divulgação/USP São Carlos)
Fundos patrimoniais são realidade em universidades com a USP São Carlos. (Foto: Divulgação/USP São Carlos)

Os fundos patrimoniais, conhecidos internacionalmente como endowments, têm ganhado destaque no Brasil, especialmente no contexto das universidades. Eles representam uma importante ferramenta de sustentabilidade financeira de longo prazo para instituições de ensino, como universidades públicas e privadas. Aqui, vamos te explicar como esses fundos funcionam, sua relevância no cenário atual e exemplos concretos de sua aplicação.

O que são fundos patrimoniais universitários?

Os fundos patrimoniais são recursos provenientes de doações feitas por pessoas físicas ou jurídicas, os quais são investidos no mercado financeiro. Diferentemente de uma doação comum, onde o montante é utilizado diretamente, nos fundos patrimoniais apenas os rendimentos dessas aplicações são utilizados para financiar projetos específicos dentro das universidades. Isso garante que o principal continue a crescer ao longo do tempo, assegurando um fluxo contínuo de recursos.

Exemplo prático: o fundo Chronos da USP São Carlos, que abrange todos os departamentos da universidade e visa sustentar projetos de pesquisa e apoio aos estudantes. Criado com a ajuda de ex-alunos e doações de várias fontes, o Chronos já conseguiu arrecadar mais de R$ 1,4 milhão, aplicado em títulos do Tesouro Nacional.

A importância dos fundos na educação superior

Os fundos patrimoniais são essenciais para as universidades, pois permitem a criação de uma base financeira sólida que suporta a continuidade de projetos e a inovação acadêmica, mesmo em tempos de restrições orçamentárias. Em países como os Estados Unidos, endowments universitários desempenham um papel fundamental na sustentabilidade das instituições, sendo responsáveis por uma parte significativa do orçamento anual de universidades como Harvard e Yale.

Comparativo internacional: nos Estados Unidos, os endowments acumulados por 688 universidades somavam US$ 839,1 bilhões em 2023, enquanto o Brasil, com seus 34 fundos patrimoniais universitários, possui apenas R$ 153,9 milhões. Essa diferença destaca a necessidade de crescimento e desenvolvimento desses fundos no Brasil para fortalecer a educação superior.

O crescimento dos endowments no Brasil

No Brasil, a Lei 13.800/2019 foi um marco regulatório que deu impulso à criação e gestão desses fundos. Desde sua sanção, 26 dos 34 fundos patrimoniais universitários foram estabelecidos, demonstrando um crescimento significativo dessa prática no país.

Exemplo de sucesso: a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com seu fundo LUMINA, é um exemplo de como as universidades brasileiras estão adotando essa estratégia para garantir a continuidade de seus projetos de pesquisa e inovação. O fundo, criado em 2020, já tem ajudado a financiar bolsas de estudo, prêmios acadêmicos e melhorias na infraestrutura da universidade.

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Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar dos avanços, os fundos patrimoniais nas universidades do Brasil ainda enfrentam desafios, como a cultura de doações ainda incipiente e a necessidade de maior envolvimento dos ex-alunos e do setor privado. Além disso, discussões sobre incentivos fiscais para doadores e organizações gestoras continuam em pauta no Congresso, com o objetivo de facilitar o crescimento desses fundos.

Oportunidades de crescimento: iniciativas como o projeto de lei que visa a isenção de impostos sobre os rendimentos dos fundos patrimoniais são vistas como oportunidades para aumentar a captação de recursos e atrair mais doadores, especialmente em um cenário onde a filantropia pode ser incentivada por deduções fiscais.