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IBGE: Brasil tem 5,9 milhões de lares sem acesso à internet apesar de aumento

Número caiu em relação a 2022, mas ainda preocupa

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Dados do IBGE relevam uso da internet no Brasil/(Foto: Pixabay/Pexels).
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Dados do IBGE relevam uso da internet no Brasil/(Foto: Pixabay/Pexels).

De acordo com dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (16) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cerca de 5,9 milhões de domicílios em todo o país não possuíam nenhum tipo de conexão com a internet no ano passado. Embora esse número represente uma melhora em relação a 2022, quando 6,4 milhões de lares estavam desconectados, a situação ainda preocupa, especialmente em um mundo cada vez mais dependente da conectividade digital. 

Principais motivos para a falta de acesso à internet 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa identificou várias razões pelas quais esses 5,9 milhões de domicílios permanecem sem internet. Entre os motivos apontados, destacam-se: 

  • Desconhecimento sobre o uso da internet: 33,2% dos lares sem conexão, nenhum morador sabia utilizar a internet, evidenciando um desafio significativo em termos de alfabetização digital. 
  • Custo elevado do serviço: para 30% das residências, o preço do acesso à internet foi citado como um fator impeditivo, refletindo a desigualdade econômica que ainda persiste no país. 
  • Falta de necessidade: 23,4% dos lares sem internet alegaram que simplesmente não viam a necessidade de estar conectados, o que pode refletir tanto uma falta de percepção da importância da internet quanto uma questão cultural, trabalhista ou geracional. 
  • Cobertura inadequada: 4,7% dos casos, a ausência de conexão foi atribuída à falta de cobertura de rede, especialmente em áreas rurais ou remotas. 
  • Custo dos equipamentos: o preço dos dispositivos necessários para a instalação da internet foi citado como barreira por 3,7% das residências. 
  • Falta de tempo: para 1,4% dos domicílios, a falta de tempo para utilizar a internet foi o motivo declarado para a ausência de conexão. 

Esses dados revelam uma diversidade de obstáculos que precisam ser superados para que o acesso à internet seja universalizado no Brasil. 

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Aumento da conectividade nos lares brasileiros 

Por outro lado, o levantamento do IBGE também trouxe à tona um aspecto positivo: o aumento do número de lares conectados à internet. Em 2023, 72,5 milhões de domicílios brasileiros, o que representa 92,5% do total, tinham acesso à rede. Esse número representa um aumento de 1 ponto percentual em relação a 2022. 

O crescimento do acesso à internet foi impulsionado principalmente pelo aumento da contratação de serviços de banda larga fixa. O percentual de domicílios que utilizavam internet fixa, como Wi-Fi, subiu de 86,4% em 2022 para 86,9% em 2023. Já o uso de internet móvel também apresentou crescimento, passando de 81,2% para 83,3% no mesmo período. 

Esse avanço na conectividade é um reflexo da crescente demanda por acesso à informação, educação a distância, trabalho remoto e entretenimento digital, especialmente após os desafios impostos pela pandemia de COVID-19. 

Disparidades regionais e faixa etária dos usuários 

A pesquisa também revelou disparidades regionais significativas no acesso à internet. As regiões Centro-Oeste (91,4%), Sudeste (89,9%) e Sul (89,2%) lideram em termos de conectividade, enquanto as regiões Norte (85,3%) e Nordeste (84,2%) apresentam os menores índices de acesso. Essa diferença é reflexo tanto das condições socioeconômicas quanto da infraestrutura de telecomunicações disponível em cada região. 

Quanto à faixa etária, os jovens continuam sendo os principais usuários de internet no Brasil. A faixa etária de 25 a 29 anos tem o maior percentual de usuários, com 96,3% declarando ter utilizado a rede em 2023. Em seguida, estão as faixas de 20 a 24 anos (95,9%) e de 30 a 39 anos (95,5%). No entanto, o uso da internet também está crescendo entre a população mais velha. Entre os brasileiros com 60 anos ou mais, 66% já utilizam a internet, o que representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores. 

Streaming pago perde espaço 

Outro dado interessante revelado pela pesquisa é a queda no uso de serviços de streaming pago no Brasil. Em 2023, 31,1 milhões de brasileiros, ou 42,1% da população, utilizavam alguma plataforma de streaming. Esse número representa uma queda em relação a 2022, quando 43,4% dos domicílios tinham acesso a esses serviços. 

Essa redução pode estar relacionada a fatores como o aumento da concorrência entre as plataformas, mudanças nos hábitos de consumo de conteúdo digital, ou até mesmo à pressão econômica que levou alguns consumidores a cancelar suas assinaturas.