Apesar de ter renovado sua máxima histórica intradiária aos 134.781,44 pontos, o Ibovespa fechou o pregão desta sexta-feira em leve queda de 0,15%, encerrando aos 133.953,25 pontos. A retração interrompeu uma sequência de oito altas consecutivas, mas o índice ainda acumulou uma valorização de 2,56% na semana.
O dólar à vista também encerrou o dia em queda, cotado a R$ 5,4678, uma desvalorização de 0,29%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou uma queda de 0,86%.
No cenário interno, mesmo com o fim da temporada de balanços do segundo trimestre, o mercado permaneceu agitado. Os investidores mantiveram o foco em novos indicadores econômicos e nas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, subiu 1,37% em junho comparado a maio, superando a expectativa de alta de 0,50%. Apesar do crescimento econômico ser uma notícia positiva, o avanço acima do esperado aumentou as preocupações sobre a inflação, que se encontra em 4,50% no acumulado dos últimos 12 meses, atingindo o teto da meta para este ano.
Em evento recente, Roberto Campos Neto reafirmou que o Banco Central está pronto para ajustar a Selic “caso necessário” e expressou preocupação com o desalinhamento das expectativas inflacionárias. O mercado agora aguarda as próximas indicações de diretores para o Banco Central, incluindo a possível nomeação de Gabriel Galípolo à presidência da instituição.
Movimentações no Ibovespa
Entre as ações do Ibovespa, Petz (PETZ3) foi o grande destaque do dia, com uma alta superior a 20% durante o pregão. O avanço ocorreu após a empresa anunciar a fusão com a Cobasi, o que levou a um ajuste positivo nos papéis, que já haviam acumulado perdas ao longo do ano. A expectativa é que as ações PETZ3 sejam retiradas da B3 em breve, embora a data ainda não tenha sido definida.
Localiza (RENT3) também teve um dia de destaque, sendo a ação mais negociada no mercado. A empresa buscou recuperar as perdas recentes após a divulgação de um balanço do segundo trimestre que ficou abaixo das expectativas do mercado. Mesmo assim, a companhia enfrenta dificuldades, com um aumento expressivo no prejuízo e uma perda de valor de mercado durante a semana.
Na ponta negativa, a Azzas 2154 (AZZA3) liderou as quedas, refletindo os desdobramentos do Investidor Day da companhia, resultado da fusão entre Arezzo &Co e Grupo Soma. Outras empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Cogna (COGN3) e Lojas Renner (LREN3) também registraram quedas, impactadas pelo aumento na curva de juros.
Entre as blue chips, a Vale (VALE3) recuou devido à queda de 1% no preço do minério de ferro na China. Já a Petrobras (PETR4;PETR3) seguiu na contramão do mercado, registrando ganhos apesar da queda nos preços do petróleo. O Itaú (ITUB4) fechou em baixa, pressionado pela piora das expectativas sobre a Selic.
A semana termina com um balanço positivo para o Ibovespa, mas com desafios à frente, especialmente em relação à inflação e à política monetária. Os investidores permanecem atentos aos próximos movimentos do Banco Central e às mudanças nas principais ações do mercado.
