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Morre Silvio Santos: o legado do maior comunicador do Brasil

Aos 93 anos, Silvio Santos deixa uma marca indelével na TV brasileira

Morre Silvio Santos, ícone da televisão brasileira, aos 93 anos.
(Foto: Divulgação SBT)
Morre Silvio Santos, ícone da televisão brasileira, aos 93 anos.
(Foto: Divulgação SBT)

Morre Silvio Santos, um dos maiores nomes da televisão brasileira, aos 93 anos, na madrugada deste sábado, 17 de agosto. A informação foi confirmada pelo SBT, emissora que ele fundou em 1981, nas redes sociais. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o início de agosto, após complicações de saúde que culminaram em seu falecimento.

O Legado de um Comunicador Único

Silvio Santos, nascido Senor Abravanel em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, deixou um marco indelével na história da TV brasileira. Filho de imigrantes judeus, desde cedo se destacou por sua determinação e carisma, características que o acompanharam ao longo de toda sua vida. Durante a juventude, trabalhou como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, onde vendia capas para títulos de eleitor; no entanto, foi na televisão que encontrou seu verdadeiro caminho.

A carreira de Silvio Santos teve início em 1962, na TV Paulista, com o programa “Vamos Brincar de Forca”. No ano seguinte, em 1963, lançou o icônico “Programa Silvio Santos”, que se tornou um dos programas de maior longevidade da TV brasileira, permanecendo no ar até os últimos anos de sua vida. Ele demonstrou uma capacidade incomparável de entreter, engajar e segurar o público por horas ininterruptas, transformando-se em uma lenda viva da comunicação.

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A Fundação do SBT e o Impacto Cultural

O sonho de ter sua própria emissora de televisão começou a se realizar em 1976, quando Silvio recebeu do então presidente Ernesto Geisel a concessão da TVS (TV Studios) do Rio de Janeiro. Em 1981, fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), uma das maiores redes de TV do Brasil. O SBT tornou-se a casa de programas inesquecíveis, como “Show de Calouros”, “Qual é a Música?”, “Domingo no Parque” e “Porta da Esperança”. Esses quadros e muitos outros se integraram à cultura popular brasileira, marcando gerações de telespectadores. Agora que morre Silvio Santos, sua trajetória deixa um legado profundo que continuará sendo reverenciado.

Silvio Santos também brilhou cantando marchinhas de carnaval, como “Coração Corintiano” e “A pipa do vovô”, registradas em álbuns entre os anos 70 e 90. Sua habilidade de se reinventar e manter-se relevante ao longo das décadas testemunha sua genialidade como comunicador.

Desafios Pessoais e Carreira Empresarial

Silvio Santos sempre demonstrou energia e dedicação ao trabalho, mas sua vida pessoal também enfrentou momentos de grande impacto. Em agosto de 2001, sequestraram sua filha Patrícia por sete dias, e, após sua libertação, o sequestrador invadiu a casa de Silvio em São Paulo, mantendo-o refém por sete horas. O episódio só terminou quando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, interveio pessoalmente, conseguindo a rendição do criminoso.

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Outro grande desafio na vida de Silvio ocorreu em 2010, quando descobriram um rombo bilionário no Banco Panamericano, uma das empresas do Grupo Silvio Santos. Em 2011, Silvio vendeu o banco para o BTG Pactual, mas o episódio deixou uma marca significativa em sua carreira empresarial.

Um Ícone que Deixa Saudade

Morre Silvio Santos, mas sua influência e contribuições à cultura brasileira permanecem vivas. Além de seu sucesso na televisão, Silvio também desempenhou um papel importante no cenário cultural brasileiro. Em 1989, ele anunciou sua candidatura à presidência do Brasil, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu sua candidatura uma semana antes do primeiro turno. Já em fevereiro de 2001, a escola de samba Tradição o homenageou no Carnaval do Rio de Janeiro.

Em dezembro de 2020, Silvio Santos comemorou seu 90º aniversário de forma discreta, isolado com a família devido à pandemia de Covid-19. Já vacinado, ele voltou a apresentar seu programa em agosto de 2021, mas contraiu o vírus logo depois e foi internado. Ele se recuperou, mas nunca mais retomou o ritmo de gravações anterior.

Silvio Santos deixa a viúva, Íris Abravanel, com quem foi casado desde 1978, e suas filhas, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata, além de Cíntia e Silvia, do primeiro casamento com Cidinha, que faleceu em 1977. Sua trajetória de vida, marcada por inovações, superações e momentos históricos, permanecerá como um exemplo de determinação e paixão pelo que fazia.

*Matéria atualizada em 17/08, às 11h20.