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PwC perde maior cliente na China: Bank of China escolhe EY como nova auditora

Bank of China sai do portfólio da PwC. (Foto: Divulgação/Ke Kelit)
Bank of China sai do portfólio da PwC. (Foto: Divulgação/Ke Kelit)
Bank of China sai do portfólio da PwC. (Foto: Divulgação/Ke Kelit)
Bank of China sai do portfólio da PwC. (Foto: Divulgação/Ke Kelit)

A PricewaterhouseCoopers (PwC) enfrenta um momento de crise em suas operações na China. A empresa, que já foi a principal auditora do país, perdeu seu maior cliente, o Bank of China (BoC), para sua rival Ernst & Young (EY). Essa mudança ocorre em meio a um êxodo de clientes e investigações regulatórias ligadas ao trabalho da PwC com a incorporadora China Evergrande Group.

A decisão do Bank of China

Em março de 2024, o Bank of China, uma das maiores instituições financeiras estatais da China, anunciou seus planos de manter a PwC como sua auditora para o ano de 2024. No entanto, um documento divulgado recentemente revelou que o banco optou por transferir seus serviços de auditoria para a EY, sujeito à aprovação dos acionistas. Essa mudança representa um golpe para a PwC, considerando que o BoC era seu maior cliente, com honorários de auditoria que chegaram a 193 milhões de yuans (aproximadamente US$ 27 milhões) em 2023.

Essa decisão faz parte de uma tendência crescente entre as grandes empresas chinesas de abandonar a PwC, em meio a pressões regulatórias e questionamentos sobre a integridade das auditorias realizadas pela empresa nos últimos anos.

Impacto do caso Evergrande

A PwC está no centro de uma investigação regulatória na China. A investigação alude principalmente ao trabalho com a China Evergrande Group, uma das maiores incorporadoras do país, envolvida em um escândalo financeiro de US$ 78 bilhões. A empresa auditou a Evergrande por quase 14 anos, até o início de 2023. Nesse sentido, a investigação em curso pode resultar em multas substanciais para a PwC.

As autoridades chinesas têm adotado uma postura rigorosa em relação aos auditores, especialmente aqueles envolvidos em casos de irregularidades financeiras. A PwC, que já liderava o mercado de auditoria na China, agora vê sua posição enfraquecida à medida que as empresas estatais e outras grandes instituições financeiras buscam auditores alternativos para evitar qualquer associação com penalidades regulatórias.

Êxodo de clientes da PwC

Desde o início de 2023, pelo menos 50 empresas chinesas, incluindo várias estatais e grandes instituições financeiras, decidiram não renovar seus contratos com a PwC ou cancelaram planos de contratar a empresa. Entre esses clientes estão gigantes como China Life Insurance, China Telecom, e PICC. Essas empresas também optaram por novos auditores após longos períodos de parceria com a PwC.

A EY, juntamente com a KPMG, tem sido a principal beneficiária desse movimento de transição, captando uma parte dos antigos clientes da PwC. Essa mudança reforça a necessidade de as empresas de auditoria manterem um alto padrão de conformidade e integridade em suas operações. Isso se intensifica em mercados sensíveis como o chinês.

Repercussões para o futuro

As mudanças no cenário de auditoria na China têm implicações de longo alcance tanto para a PwC quanto para o setor como um todo. A pressão regulatória, aliada à concorrência acirrada entre as principais firmas de auditoria globais, está redefinindo o mercado. A PwC, que outrora dominava o mercado chinês, agora enfrenta desafios para recuperar a confiança de seus clientes e garantir sua posição no país.

A saída do Bank of China do portfólio da PwC não é apenas uma perda financeira. Se trata, também, de uma mancha na reputação da empresa, que terá que trabalhar arduamente para reconquistar sua posição em um mercado que se torna cada vez mais competitivo e regulamentado.