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Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sinaliza corte nos juros

O presidente da instituição sugere que Fed iniciará corte de juros em breve

FED- Federal Reserve - Fed
Sede do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA (Imagem: site oficial do Federal Reserve)
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Sede do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA (Imagem: site oficial do Federal Reserve)

Nesta sexta-feira (23), o mercado financeiro mundial registrou movimentos importantes com o dólar em queda e o Ibovespa em alta. O foco dos investidores esteve voltado para o aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), durante o Simpósio de Jackson Hole. Powell indicou que “chegou a hora de ajustar a política monetária“, sugerindo que o Fed pode iniciar a redução das taxas de juros já no próximo mês.

Em seu discurso, Jerome Powell enfatizou o compromisso do Federal Reserve com o mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que busca a estabilidade de preços. “Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte, ao passo em que progredimos mais em direção à estabilidade de preços“, afirmou. Ele também deixou claro que a instituição “não busca e nem recebeu bem uma desaceleração nas condições do mercado de trabalho“.

Atualmente, as taxas de juros nos Estados Unidos estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior nível em mais de duas décadas. Desde o início do ano, havia expectativa para o momento em que o Fed começaria a reduzir essas taxas. Jerome Powell reforçou que o atual nível das taxas de juros oferece “amplo espaço” para o Fed responder a riscos econômicos, principalmente com os sinais de desaceleração no mercado de trabalho e inflação mais controlada.

Corte de juros

Com a quase certeza de um corte nas taxas em setembro, o mercado agora se concentra em discutir a magnitude do ajuste. As apostas variam entre um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual. O presidente do Fed declarou que “o momento e o ritmo dos cortes das taxas dependerão dos dados, das perspectivas e do equilíbrio de riscos”, deixando claro que a decisão será orientada pelos próximos indicadores econômicos.

Impactos no mercado financeiro

Ao meio-dia, o dólar registrava uma queda de 1,57%, sendo cotado a R$ 5,5016. No dia anterior, a moeda americana havia subido 1,98%, fechando a R$ 5,5894. Com isso, o dólar acumulou uma alta de 2,22% na semana, um recuo de 1,14% no mês e uma alta expressiva de 15,19% no ano.

O Ibovespa, por sua vez, subia 0,95%, atingindo 136.460 pontos, aproximando-se novamente do recorde histórico de 137.040 pontos alcançado recentemente. Na quinta-feira, o índice havia encerrado o dia em queda de 0,95%, aos 135.173 pontos. Sendo assim, no acumulado, o índice registra uma alta de 0,91% na semana, avanço de 5,89% no mês e ganhos de 0,74% no ano.

Política monetária no Brasil

As declarações de Jerome Powell também tiveram reflexos no Brasil, onde o Banco Central (BC) segue monitorando as condições econômicas internas e externas. Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC, reafirmou recentemente que a instituição está preparada para subir a taxa Selic, se necessário, destacando um tom cauteloso diante da inflação persistente. Contudo, as instituições financeiras já consideram a possibilidade de um aumento de 25 pontos-base na Selic na próxima reunião, em meio às incertezas do cenário global.