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Alta no Petróleo: suspensão da Líbia impulsiona preços em 3% 

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Alta do petróleo por tensões no Oriente Médio/(Foto: Loic Manegarium/Pexels).
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Alta do petróleo por tensões no Oriente Médio/(Foto: Loic Manegarium/Pexels).

O mercado global de petróleo começou a semana em alta significativa após o governo do leste da Líbia anunciar a suspensão das exportações de petróleo. A medida gerou uma valorização de cerca de 3% nos preços da commodity. Na manhã desta segunda-feira (26), os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) subiam 2,83%, cotados a US$ 76,95, enquanto o Brent avançava 2,64%, alcançando US$ 81,11 por barril. 

Contexto geopolítico

A decisão da Líbia de fechar todos os seus campos de petróleo, foi o principal fator para a alta dos preços. O governo de Benghazi, que controla a maior parte dos campos de petróleo do país, não é reconhecido internacionalmente, mas exerce grande influência sobre a produção de petróleo no país. Embora a Corporação Nacional de Petróleo, com sede em Trípoli, ainda não tenha confirmado o fechamento, o mercado reagiu prontamente à notícia. 

As facções líbias têm travado uma batalha contínua pelo controle do banco central e da receita gerada pelo petróleo, intensificando as tensões na região. Essa instabilidade é vista como uma ameaça significativa à produção de petróleo da Líbia, que atualmente gira em torno de 1 milhão de barris por dia. 

Análises de mercado

Analistas do mercado de petróleo expressaram preocupação sobre a possibilidade de uma interrupção prolongada na produção da Líbia. Giovanni Staunovo, analista do UBS, destacou que o maior risco para o mercado atualmente é uma queda adicional na produção de petróleo devido às tensões políticas no país. Ole Hansen, do Saxo Bank, reforçou essa visão, afirmando que uma grande parte da produção pode ser interrompida por um tempo considerável, o que poderia ter um impacto duradouro nos preços globais da commodity. 

A situação na Líbia não é o único fator que tem impulsionado os preços do petróleo. A escalada do conflito na fronteira entre Israel e Líbano também contribuiu para o aumento. No domingo, o Hezbollah disparou centenas de foguetes e drones contra Israel, levando o exército israelense a retaliar com um ataque aéreo massivo. Esse confronto, um dos maiores nos últimos 10 meses, alimenta temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.

Efeitos no mercado brasileiro 

Para as petroleiras brasileiras, como Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), a alta nos preços do petróleo é vista como positiva. A valorização da commodity tende a aumentar a receita dessas empresas. A corretora Genial alertou que esse cenário pode complicar os esforços de cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. 

Na última sexta-feira, o mercado já havia registrado um aumento nos preços do petróleo, impulsionado pelas declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre a iminente flexibilização da política monetária. Powell indicou que cortes nas taxas de juros podem ocorrer em breve, o que foi interpretado como um sinal positivo para o mercado de commodities. 

Perspectivas futuras e riscos 

Apesar da alta recente, o mercado de petróleo continua a enfrentar incertezas. Embora a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos possa estimular a demanda por commodities, as perspectivas econômicas globais continuam frágeis. Analistas destacaram que, na semana passada, os preços do petróleo caíram devido à preocupação com o enfraquecimento da demanda por combustível nas principais economias.

Além disso, a situação política na Líbia e as tensões no Oriente Médio são fatores de risco que podem causar oscilações nos preços do petróleo. Se a produção líbia for interrompida por um período prolongado é provável que os preços do petróleo continuem a subir, com consequências econômicas mais amplas.