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Devido a secas, produção de azeite cai pela metade na Espanha

Impacto das secas na produção do azeite. (Foto: Divulgação/Azeites da Espanha)
Impacto das secas na produção do azeite. (Foto: Divulgação/Azeites da Espanha)
Impacto das secas na produção do azeite. (Foto: Divulgação/Azeites da Espanha)
Impacto das secas na produção do azeite. (Foto: Divulgação/Azeites da Espanha)

A produção de azeite na Espanha, maior fornecedor mundial desse produto, enfrenta uma crise profunda devido às ondas de calor e as secas prolongadas. Esse cenário tem prejudicado as colheitas, levando a uma expectativa de queda pela metade na produção para o ano de 2024. Este cenário alarmante já está influenciando os preços e o comportamento dos consumidores, tanto na Espanha quanto em outros países.

Secas e o impacto na produção de azeite: impactos no mercado

De acordo com a campanha agrícola atual, os agricultores espanhóis preveem uma redução drástica na produção de azeite em 2024, potencialmente caindo para metade do volume habitual. Essa queda é diretamente atribuída às severas condições climáticas que a Espanha enfrentou nos últimos anos, com ondas de calor e seca afetando o desenvolvimento das azeitonas. Como resultado, os preços do azeite já estão elevados e devem continuar a subir.

Consequências econômicas e sociais

A queda na produção de azeite não só ameaça a economia agrícola da Espanha, mas toda a exportação global, incluindo para países como o Brasil. Além disso, também abre espaço para práticas fraudulentas, como a contrafação. A escassez de azeite de oliva de qualidade, combinada com os altos preços, pode incentivar a venda de produtos falsificados, prejudicando tanto os consumidores quanto os produtores legítimos.

Além disso, a disparada dos preços do azeite tem gerado controvérsias no setor. Agricultores acusam os supermercados de inflacionar os preços, apesar de um aumento relativamente pequeno no preço inicial dos produtos. Por outro lado, os supermercados negam tais alegações, argumentando que os preços do azeite virgem permaneceram estáveis ao longo do ano.

Mudanças no consumo

O aumento dos preços tem levado os consumidores a buscar alternativas mais baratas. Em Portugal, por exemplo, o preço do azeite aumentou 69,1% em janeiro de 2024 em comparação com o ano anterior, superando a média europeia. Em resposta, muitos consumidores têm optado por substituir o azeite extra virgem pelo óleo composto, que mistura azeite com outros óleos vegetais, apesar de seus benefícios nutricionais inferiores.

Na Espanha, a situação é semelhante. O óleo de girassol ultrapassou o azeite de oliva como o óleo de cozinha mais popular, com os consumidores priorizando o custo em detrimento da qualidade. As vendas de azeite caíram drasticamente, enquanto o óleo de girassol experimentou um aumento nas vendas.

Perspectivas e medidas governamentais

Para mitigar os efeitos dos preços elevados, o governo espanhol tomou medidas, como a eliminação do IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado) sobre o azeite de oliva desde julho de 2024. Além disso, grandes redes de supermercados do país, como a Mercadona, reduziram os preços do azeite para tentar reconquistar os clientes.

Apesar dessas iniciativas, a produção reduzida e os preços altos continuam a pressionar o mercado. As previsões para 2024 não são otimistas, e o azeite de oliva, um dos pilares da dieta mediterrânea, pode se tornar um luxo para muitas famílias, particularmente aquelas de menor renda.