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Ações da Cielo (CIEL3) deixam de ser negociadas na B3

Conversão de registro da Cielo para categoria “B” afeta negociação; OPA movimenta R$ 4,3 bilhões

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Conversão do registro da Cielo fecha operações na B3/(Foto: Divulgação/Cielo).
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Conversão do registro da Cielo fecha operações na B3/(Foto: Divulgação/Cielo).

A Cielo (CIEL3), uma das principais operadoras de maquininhas de cartões do Brasil, passou por uma mudança significativa em sua estrutura de registro. Na segunda-feira (26), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a conversão do registro da Cielo de “A” para “B”, o que resultou na suspensão da negociação de suas ações na B3. Este movimento marca um ponto crucial na trajetória da empresa, que tem enfrentado desafios financeiros e estratégicos. 

Conversão do Registro da Cielo

A conversão do registro da Cielo para a categoria “B” representa uma mudança importante em como a empresa é regulada e negociada. A categoria “B” é destinada a empresas que não têm ações negociadas de forma ativa na bolsa de valores, o que implica em uma redução significativa na visibilidade e liquidez dos seus papéis. 

A partir da data da conversão, as ações da Cielo deixaram de ser negociadas na B3. Os acionistas remanescentes ainda têm a possibilidade de alienar suas ações, desde que apresentem um pedido ao escriturado das ações, conforme detalhado no aviso aos acionistas divulgado em 14 de agosto de 2024. A empresa também está se preparando para convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre o resgate compulsório das ações em circulação. Caso o resgate seja aprovado, o período de Aquisições Supervenientes será encerrado na data da AGE. 

Contexto da Oferta Pública de Aquisição (OPA) 

A recente movimentação no mercado foi acelerada pela oferta pública de aquisição (OPA) da Cielo, realizada em 14 de agosto. Durante o leilão da OPA, a empresa movimentou R$ 4,3 bilhões na B3. A OPA foi liderada pela holding EloPar, que conta com Bradesco e Banco do Brasil como principais acionistas. Esses investidores adquiriram 736.857.044 ações a R$ 5,82 cada. 

A OPA tinha como objetivo a compra de 902.247.285 ações ordinárias da Cielo, visando o fechamento do capital da companhia. Para que a oferta fosse concluída com sucesso, era necessário que acionistas titulares de pelo menos dois terços das ações aceitassem a oferta. Esse critério foi alcançado, o que permitiu a realização da conversão do registro. 

Impacto e reações do mercado 

Antes da revelação de inconsistências contábeis em janeiro de 2023, as ações da Cielo eram negociadas a R$ 12. Após o anúncio, os papéis despencaram para R$ 3,15. A crise financeira e o pedido de recuperação judicial subsequente marcaram uma fase tumultuada para a empresa, que agora está buscando estabilidade através da reestruturação e do fechamento de seu capital. 

Medidas futuras e expectativas 

Com a conversão do registro da Cielo para a categoria “B”, a Cielo enfrenta um novo capítulo em sua história corporativa. A convocação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) será um momento crucial para definir o futuro das ações restantes e para alinhar as expectativas dos investidores com a nova realidade da empresa. O resgate compulsório, se aprovado, poderá significar o fim da negociação das ações remanescentes e a consolidação da estratégia de fechamento de capital.