Publicidade

Por que Florianópolis é o novo Vale do Silício brasileiro?

Florianópolis como polo tecnológico. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Florianópolis como polo tecnológico. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Florianópolis como polo tecnológico. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Florianópolis como polo tecnológico. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)

Florianópolis, capital de Santa Catarina, tem se destacado como um dos polos mais importantes de inovação e tecnologia no Brasil. A cidade, conhecida por suas belas paisagens, também vem sendo reconhecida pelo seu ambiente favorável para startups e empresas de base tecnológica. Essa combinação de qualidade de vida e inovação a posiciona como um dos centros mais dinâmicos de empreendedorismo no país.

Com a criação de um ecossistema tecnológico robusto, Florianópolis atrai investimentos em diversos setores, como a nanotecnologia, um dos campos em que a cidade se sobressai.

Florianópolis como polo tecnológico: nanotecnologia e inovação em Florianópolis

Nos últimos anos, Florianópolis tem se consolidado como um importante centro de pesquisa e desenvolvimento em nanotecnologia no Brasil. A capital abriga laboratórios de ponta, como o Laboratório Interdisciplinar para o Desenvolvimento de Nanoestruturas (Linden), da UFSC, que realiza pesquisas de relevância mundial. Este laboratório faz parte do SisNano, um sistema nacional que conecta laboratórios especializados em nanotecnologia com diversas indústrias, ampliando o impacto econômico e tecnológico desse campo.

A nanotecnologia se destaca pela criação de soluções em escala nanométrica, trazendo inovações em áreas que vão desde a saúde até o setor têxtil. O coordenador do Linden, professor Dachamir Hotza, explica que as estruturas estudadas são cerca de 100 mil vezes menores do que um fio de cabelo, e apesar de sua invisibilidade a olho nu, elas oferecem aplicações práticas e sustentáveis, exigindo menos recursos para a produção e, ao mesmo tempo, gerando menos resíduos.

O crescimento da nanotecnologia e seus desafios

Apesar dos avanços, o crescimento da nanotecnologia no Brasil ainda enfrenta desafios. Segundo Leandro Antunes Berti, presidente honorário da BrasilNano, muitas empresas ainda resistem a investir nesse campo, principalmente devido ao desconhecimento sobre as vantagens oferecidas por essa tecnologia. O custo inicial de implantação também é citado como um dos fatores que desincentivam as empresas a adotar essa inovação.

O coordenador do Instituto Senai de Inovação em Processamento a Laser, Moisés Teixeira, acredita que o investimento em nanotecnologia pode trazer grandes benefícios a longo prazo, especialmente pela capacidade de personalizar produtos e agregar valor às mercadorias. No entanto, é essencial que a barreira da falta de conhecimento seja superada.

Florianópolis e o reconhecimento nacional como polo de startups

Além de ser um polo tecnológico, Florianópolis recebeu recentemente o título de Capital Nacional das Startups. A cidade lidera o ranking brasileiro em número de empresas de tecnologia por habitante, superando grandes centros como São Paulo e Curitiba. Em 2023, um estudo do Sebrae apontou que Florianópolis abriga 45% de todas as startups de Santa Catarina, demonstrando sua relevância no cenário nacional.

Esse reconhecimento foi formalizado com a sanção do projeto de lei que oficializa Florianópolis como Capital Nacional das Startups. O senador Esperidião Amin, relator do projeto, ressaltou que a cidade oferece incentivos fiscais e um ambiente propício para o desenvolvimento de novas empresas. A cidade é sede de eventos como o Startup Summit, e seu ecossistema de inovação continua crescendo, atraindo talentos e investidores de todo o país.

A trajetória de Florianópolis no setor de tecnologia

A trajetória de inovação de Florianópolis teve início na década de 1980, com investimentos em educação e tecnologia que moldaram a cultura empreendedora local. As principais universidades públicas, como a UFSC e a Udesc, desempenharam um papel fundamental na formação de profissionais qualificados que impulsionaram o desenvolvimento da cidade.

Com o surgimento de instituições como a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e a Fundação Certi, Florianópolis passou a atrair investimentos e se consolidou como referência em tecnologia no Brasil. Atualmente, o setor de tecnologia na cidade emprega mais de 32 mil pessoas, sendo responsável por parte significativa da arrecadação de impostos municipais.