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Operadoras de planos de saúde lucram R$ 5,6 bilhões no 1º semestre de 2024

Planos de saúde
(Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Planos de saúde
(Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

As operadoras de planos de saúde obtiveram um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões nos primeiros seis meses de 2024, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (3) pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Esse valor representa cerca de 3,27% da receita total do período, que ultrapassou R$ 170 bilhões. Em termos práticos, o setor gerou R$ 3,27 de lucro para cada R$ 100 em receitas acumuladas.

Esse resultado reflete o desempenho mais forte do setor desde 2019, com exceção de 2020, quando a pandemia de Covid-19 gerou um aumento inesperado nas receitas. O resultado positivo é visto como uma retomada de crescimento e estabilidade.

Outro destaque foi o desempenho das operadoras médico-hospitalares, principal segmento do setor, que registraram um saldo positivo em suas operações de assistência à saúde pela primeira vez desde 2021. O resultado operacional dessas operadoras somou R$ 2,4 bilhões, um valor semelhante ao dos anos pré-pandemia.

Entretanto, nem todos os segmentos tiveram a mesma recuperação. As autogestões, por exemplo, apresentaram prejuízo operacional de R$ 1,1 bilhão, mantendo o mesmo padrão negativo observado no ano anterior.

Aplicações financeiras reforçam lucro

Outro fator que influenciou o desempenho financeiro das operadoras foram os rendimentos das aplicações financeiras. Com um total de R$ 116,6 bilhões em ativos acumulados até junho, o setor conseguiu gerar um lucro financeiro de R$ 4,4 bilhões no semestre. Esses rendimentos ajudaram a compor o resultado positivo do período.

Jorge Aquino, diretor de normas e habilitação das operadoras da ANS, ressaltou o momento positivo do setor: “Esse é o melhor resultado desde 2021, e reforça que estamos no caminho certo para a recuperação. Agora é hora de as operadoras focarem em melhorar a qualidade dos serviços, além de investir em ações preventivas e de promoção da saúde.”

Expectativa de desafios no segundo semestre

Apesar dos resultados positivos no primeiro semestre, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) destacou que o setor deve monitorar atentamente os próximos meses. Gustavo Ribeiro, presidente da entidade, ressaltou a importância de observar o comportamento do mercado. Ele alertou que o segundo e terceiro trimestres costumam registrar aumento nas despesas assistenciais devido a surtos de doenças sazonais, como a influenza.

“A boa notícia é que o equilíbrio financeiro alcançado pelas operadoras beneficia diretamente os beneficiários, garantindo a sustentabilidade dos contratos. Contudo, é necessário avaliar o impacto das doenças sazonais e se o setor conseguirá manter o desempenho até o final do ano”, afirmou Ribeiro.

Redução na sinistralidade do setor

A sinistralidade, principal indicador de eficiência operacional das operadoras, caiu para 85,1% no segundo trimestre de 2024. Isso representa uma redução de 3,6 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023, e é o menor índice registrado desde 2018, excetuando-se o ano atípico de 2020.

O indicador mostra que 85,1% das receitas foram direcionadas para despesas assistenciais, uma tendência de queda desde o fim de 2022. O setor acumulou um índice de sinistralidade de 84,8%, com uma mediana de 81,3%, o que se aproxima dos patamares observados no período pré-pandemia.