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Venda de shoppings pela Brookfield pode movimentar até R$ 3 bilhões

(Foto: Divulgação)
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Após a venda do shopping RioSul, a multinacional canadense Brookfield se prepara para mais uma rodada de desinvestimentos no Brasil. A empresa colocou à venda suas participações nos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis, ambos localizados em áreas estratégicas de São Paulo. Estimadas entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões, essas participações podem atrair grande concorrência entre os interessados.

Contexto da venda anunciada pela Brookfield

Brookfield, que recentemente vendeu sua participação no RioSul por R$ 1 bilhão, contratou os bancos Bradesco BBI e BTG Pactual para conduzir o processo de venda de seus dois últimos ativos no setor de shoppings no Brasil. Essas instituições já lideraram a negociação anterior, e agora, o prospecto de venda circula entre grandes investidores do setor imobiliário e de fundos de investimento.

Especula-se que as primeiras propostas não vinculantes serão entregues em breve, enquanto as ofertas firmes devem ocorrer nas próximas semanas.

Possíveis compradores

Entre os principais interessados nas participações da Brookfield estão grandes nomes do setor, como Iguatemi, Allos e Ancar. A Iguatemi, por exemplo, é sócia minoritária e administradora do Pátio Higienópolis, o que pode lhe conferir uma vantagem competitiva nas negociações. Por outro lado, a Ancar, que administra o Pátio Paulista, pode enfrentar a perda do contrato caso outro investidor compre a participação da Brookfield.

Fundos de investimento como XP Malls, Vinci Shopping Centers e BB Premium Malls também são apontados como potenciais compradores. Esses fundos, com forte presença no mercado, possuem capital disponível para entrar na disputa.

O valor dos ativos

Os shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis são considerados verdadeiras “joias da coroa” do setor, devido às suas localizações privilegiadas e ao alto fluxo de visitantes de grande poder aquisitivo. O Pátio Higienópolis, com suas 260 lojas e 1,4 mil vagas de estacionamento, tem estimativa de vendas para 2024 em R$ 1,5 bilhão, enquanto o Pátio Paulista, mais antigo, com 240 lojas e 1,7 mil vagas, espera movimentar o mesmo valor.

Além disso, a receita operacional líquida (NOI) dos shoppings é expressiva. O Pátio Paulista projeta R$ 180 milhões de NOI em 2024, enquanto o Pátio Higienópolis prevê R$ 175 milhões, ambos valores que reforçam o potencial de retorno para os investidores.

Estratégia de desinvestimento da Brookfield

A Brookfield vem, aos poucos, se desfazendo de seus ativos no setor de shopping centers no Brasil. Após a venda do RioSul, a empresa já havia vendido suas participações nos shoppings Madureira e Leblon, no Rio de Janeiro. A nova estratégia da multinacional no Brasil parece focar em setores como galpões logísticos, prédios de escritórios e edifícios residenciais para locação.

Em agosto de 2024, a Brookfield adquiriu cinco edifícios comerciais no centro de São Paulo, indicando uma mudança clara de direcionamento nos seus investimentos imobiliários.

Participações à venda

As participações da Brookfield nos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis são as maiores do seu portfólio no Brasil. Essas fatias são controladas por meio de uma sociedade de propósito específico (SPE), que também conta com parceiros como o fundo soberano de Cingapura (GIC), a QuadReal Property Group e a PSP Partners. No Pátio Paulista, a participação da SPE é de 55,9%, enquanto no Pátio Higienópolis é de 50,1%.