Os saques na caderneta de poupança ultrapassaram os depósitos em R$ 398 milhões no mês de agosto de 2024, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (06). Esse resultado marca mais um mês consecutivo de saques líquidos, reforçando o comportamento de retirada dos investidores.
Em julho, o saldo também foi negativo, com resgates líquidos de R$ 908 milhões. Comparado ao mesmo período de 2023, o cenário de agosto deste ano foi menos alarmante, já que no ano anterior a poupança teve saques líquidos de R$ 10,074 bilhões.
No acumulado de 2024, os resgates líquidos somam R$ 4,099 bilhões. Em 2023, esse número foi muito mais expressivo, totalizando R$ 87,819 bilhões, evidenciando um movimento ainda mais intenso de retirada de recursos no ano passado.
Saldo geral da poupança
Mesmo com o fluxo de saques, o rendimento da poupança, que foi de R$ 5,439 bilhões em agosto, ajudou a estabilizar o saldo total, que chegou a R$ 1,020 trilhão. Em comparação, o saldo em julho era de R$ 1,0125 trilhão. Os rendimentos creditados aos poupadores explicam essa leve alta no valor total, mesmo com a saída líquida de capital.
Setores com desempenho divergente
As movimentações na poupança não foram uniformes entre os setores. As instituições que aplicam recursos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) registraram saques líquidos de R$ 1,288 bilhão em agosto. Contudo, esse sistema é direcionado ao crédito imobiliário. Já os bancos que destinam recursos ao crédito rural (SBPR) tiveram captação líquida positiva de R$ 890 milhões, demonstrando um desempenho distinto entre as áreas de investimento.