A onda de calor que acomete grande parte do Brasil mantém as temperaturas altas em setembro. Em São Paulo, essa deve ser uma das semanas mais quentes do ano. Os termômetros marcaram 34,5°C na tarde do domingo, 8 de setembro, segundo maior recorde de 2024 até agora na cidade, mas uma nova marca pode ser atingida até o final desta semana. A temperatura mais alta já registrada em São Paulo este ano foi de 34,7°C, no dia 16 de março. Os dados são do Climatempo.
Além do calor, chama a atenção a intensa nuvem de fumaça que paira sobre a capital e a região Sudeste como um todo. Ela é resultado das queimadas pelo país e se agrava com o tempo quente e seco. A umidade do ar atinge níveis críticos nas áreas centrais do país, o que favorece os incêndios.
A cidade de São Paulo teve o ar mais poluído do mundo na última segunda-feira, 9 de setembro, de acordo com a agência suiça IQAir, que mede a qualidade do ar em tempo real em cerca de 100 grandes cidades ao redor da Terra.
Quando acaba a onda de calor em São Paulo e quando chove?
A onda de calor sobre o país deve persistir até o dia 20 de setembro. Não há previsão de chuva para a capital paulista nos próximos dias, apenas leve garoa no fim de semana de 14 e 15 de setembro. Isso significa que não há previsão de chuva significativa e de melhoria da qualidade do ar, ao menos nos próximos dias.
Até mesmo cidades do litoral norte paulista, como Ubatuba, conhecida pelo alto índice pluviométrico que lhe garante a alcunha de “Ubachuva”, estão sofrendo com o tempo seco e a névoa densa de fumaça. Desde o último fim de semana, o céu da região está cinza, reflexo das queimadas espalhadas pelo país.
Várias cidades do país bateram recorde de calor no ano durante o último fim de semana. As capitais Cuiabá (MT), Campo Grande (MS) e Manaus (AM) registraram 42,8°C, 38,2°C e 37,8°C, respectivamente, segundo medição do Instituto Nacional de Meteorologia. Em Campo Grande, a temperatura pode subir até os 40°C esta semana.
Por que está tão quente no Brasil em 2024?
Uma conjunção de fatores favorece o clima quente e seco no país. A onda de calor atípica para o inverno é causada por um bloqueio atmosférico que, ao mesmo tempo, impede a formação de chuvas e eleva as temperaturas.
Também há a atuação do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e altera o padrão de circulação dos ventos. O fenômeno colabora para a formação das chuvas intensas no Sul e da seca severa no Nordeste.
Há, ainda, as queimadas que contribuem para o aumento da temperatura, bem como para a piora da qualidade do ar, resultando em um céu esbranquiçado e baixa visibilidade.
O Brasil registrou 5.132 focos de incêndio nas últimas 24 horas e concentra 76% das áreas afetadas por queimadas em toda a América do Sul. As informações são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), reportadas pela Agência Brasil. O prejuízo causado pelo fogo já supera R$ 1 bilhão só em São Paulo.
Para lidar com essas climáticas climáticas, especialistas recomendam evitar exposição ao sol e atividades físicas nos horários mais críticos e reforçar a hidratação com consumo de água. Inalações e umidificadores de ambiente também contribuem para evitar desconfortos.
