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Horário de verão vai voltar em 2024? Veja do que depende a decisão

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
Alexandre silveira, Ministro de Minas e Energia - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
Alexandre silveira, Ministro de Minas e Energia - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O horário de verão pode voltar em 2024. É o que disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 11 de setembro. Ele afirmou que a ideia está sendo analisada pelo ministério, mas ainda não há uma decisão definitiva sobre o assunto. O vice-presidente Geraldo Alckmin também considerou o retorno do horário de verão como alternativa para poupar energia, mas citou outras possibilidades, como campanhas de conscientização para evitar o desperdício.

Vai ter horário de verão de novo?

O motivo de uma eventual volta do horário de verão seria para reduzir a pressão da crise hídrica atual sobre o sistema elétrico, que sofre com a estiagem. Além de a seca afetar o nível dos reservatórios de água para geração de energia elétrica, as intensas ondas de calor que acometem o país estão impulsionando o consumo de energia. A demanda aumenta com o uso intensivo de ar-condicionado e outras formas de refrigeração. Outro fator relevante a ser considerado é que a redução de geração de energia por usinas hidrelétricas obriga o acionamento das termelétricas, mais caras e mais poluentes.

Os efeitos da medida, no entanto, ainda estão sendo considerados. O governo está avaliando não só os impactos sobre a questão energética, mas também o impacto econômico. Segundo o ministro, o horário de verão impulsiona a economia cotidiana, aumentando o consumo em bares e restaurantes, por exemplo.

Como funciona?

Horário de verão é quando os relógios são adiantados em uma hora, nos meses de primavera e verão, com o objetivo de gerar economia de energia. Ao retardar o anoitecer, ele permite aproveitar melhor a iluminação natural, do Sol, adiando o acendimento das luzes artificiais, especialmente no horário de pico de consumo, das 18h às 21h.

O assunto costuma mobilizar opiniões. Isso porque o horário de verão tem muitos fãs, geralmente, as pessoas de hábitos noturnos e quem passa o dia todo no trabalho. Mas também tem muitos “haters”, ou seja, pessoas que não gostam, porque, em geral, acordam muito cedo e ainda está escuro, já que o amanhecer também é adiado.

Se você é daqueles que reclama e gostaria de ter sua opinião ouvida, saiba que já foram realizadas diversas pesquisas de opinião pública a respeito do horário de verão. No entanto, a formulação, o monitoramento e a avaliação dos impactos desta política pública também são baseadas em critérios técnicos advindos da política energética, no que diz respeito à economia de energia e aos investimentos evitados pela redução de demanda na ponta.

O modelo foi instituído no governo de Getúlio Vargas, em 1931, mas de forma irregular. Foi desde 1985 que passou a ser utilizado com mais regularidade para incentivar a economia de energia e evitar os temidos apagões.

Em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (PL), o horário de verão foi suspenso. A alegação foi de que a medida não tem influência significativa no consumo de energia, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e poderia ter efeitos sobre o relógio biológico da população. Além disso, mudanças no padrão de consumo, com consequente alteração do horário de pico, também justificariam a suspensão. Outro aspecto que entra nessa discussão é a evolução dos aparelhos eletrônicos, que são cada vez mais eficientes e econômicos do ponto de vista energético.

O horário de verão não era aplicado de forma integral no país, só nos estados mais distantes da linha do Equador. São eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Os estados das regiões Norte e Nordeste ficavam de fora porque têm os dias mais longos, com maior incidência de raios de Sol e, portanto, teriam pouco resultado de economia de energia.

Outros países que adotam ou já adotaram o horário de verão são Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai.