No último dia 18 de setembro de 2024, os principais mercados financeiros do mundo voltaram as atenções para os Estados Unidos. Isso porque o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) anunciaram uma redução de juro de 0,50 ponto percentual. Embora possa parecer pouco, trata-se de primeira queda na taxa de juros americana nos últimos 4 anos. Dessa forma, esse movimento impacta em todas as demais economias globais, inclusive na brasileira. Havia, inclusive, a expectativa que se refletisse em uma subida do Ibovespa, principal indicador das cotações das ações de empresas brasileiras.
Porém, tal movimentação não aconteceu. Na verdade, a bolsa brasileira encerrou nesta quarta-feira (25/9) com uma queda de 2 pontos percentuais de lá pra cá. Antes do anúncio americano, o Ibovespa estava em mais de 133 mil pontos. Mas na presente data encerrou o dia mais de 133 mil pontos.
Por que o corte de juro americano não impactou positivamente no Ibovespa?
Quando a taxa de juros americana sofre cortes, cria-se a expectativa de retirada de dólares dos EUA para outros países com juros maiores, onde se remunera melhor. Nesse sentido, o Ibovespa poderia ser um destino entre os países emergentes. Contudo, a incerteza fiscal atrapalhou os planos. O Banco Central do Brasil, por meio do Copom (Comitê de Política Monetária), na contramão do FED, aumentou a Taxa Selic na semana passada em 0,25 ponto percentual. Com isso, as taxas de juros de longo prazo passaram a ser mais interessante.
Para piorar, na mesma semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu sinal de alerta ao governo federal a respeito do risco de a meta fiscal para este ano de 2024 não ser cumprida. Assim como analistas de mercado, os técnicos da Corte de Contas também apontaram que o Ministério da Fazenda trabalha com receitas incertas se serem arrecadadas. Assim, o Tesouro acaba tendo de oferecer um retorno maior a quem investe nos papéis da dívida pública. Tais ruídos também impactam no Ibovespa.
BTG sugere cenário para crescimento da bolsa brasileira
Analistas do BTG Pactual sugerem que o governo, após as eleições de outubro, promovam ajustes no Orçamento para 2025. Em relatório publicado, eles defendem que tal medida geraria entusiasmo no mercado a ponto de o Ibovespa ultrapassar os 155 mil pontos. pelo mercado” e poderiam alçar o Ibovespa aos 155 mil pontos.
“Medidas para tornar o orçamento mais flexível, como desvincular os gastos com saúde e educação do crescimento da receita tributária, embora improváveis, poderiam reduzir materialmente o diferencial entre as taxas reais de longo prazo do Brasil e dos EUA. Se o diferencial retornar à média do ano passado (de 4,1%), as taxas de longo prazo do Brasil cairiam para 5,7% (de 6,4% atualmente). Se voltar ao ponto mínimo alcançado em out/23 (de 3,2%), as taxas de longo prazo no Brasil cairiam para 4,8%, e o Ibovespa poderia saltar para 155 mil pontos”, destacaram os analistas.
