Publicidade

Taxa de juros do cartão de crédito cai 5,3 pontos em agosto

Cartão de crédito - Endividamento das famílias - TheDigitalWay - Pixabay - Taxa de juros - Cartão de crédito
(Imagem: TheDigitalWay - Pixabay)
Cartão de crédito - Endividamento das famílias - TheDigitalWay - Pixabay - Taxa de juros - Cartão de crédito
(Imagem: TheDigitalWay - Pixabay)

A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo caiu 5,3 pontos percentuais em agosto de 2024, influenciada pela limitação do rotativo que entrou em vigor no início do ano. Segundo dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas pelo Banco Central (BC), a taxa passou de 432,2% ao ano em julho para 426,9% ao ano em agosto. Em um período de 12 meses, a queda foi de 18,6 pontos percentuais. Contudo, as taxas do rotativo permanecem entre as mais altas do mercado, gerando custos elevados para os consumidores.

Crédito rotativo e limite de 30 dias

O crédito rotativo dura 30 dias e é ativado quando o consumidor paga um valor menor do que o total da fatura do cartão de crédito, resultando em um empréstimo com a incidência de juros sobre o valor não quitado. A nova legislação que entrou em vigor em janeiro de 2024 limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida. Contudo, essa limitação não afeta a taxa de juros estabelecida no momento da concessão do crédito e só se aplica a novos financiamentos, provocando uma defasagem na estatística ao longo dos meses.

Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão de crédito, possibilitando ao consumidor negociar os pagamentos em condições diferenciadas. No caso do cartão parcelado, os juros subiram 4 pontos percentuais em agosto, atingindo 182% ao ano. No entanto, em 12 meses, essa taxa acumulou uma queda de 12,6 pontos percentuais.

Taxa de juros e cenário de inadimplência

Para os consumidores que buscam outras modalidades de crédito, como o crédito pessoal, os cenários variam:

Taxa média sem verificação especial

  • Em agosto, a taxa média da modalidade sem verificação especial ficou em 134,3% ao ano, com um aumento de 2,7 pontos percentuais no mês e 2,4 pontos em 12 meses. Essa modalidade tem os juros limitados a 8% ao mês (151,82% ao ano) desde 2020. Entretanto, o recente aumento da taxa básica de juros da economia (Selic) e o crescimento da inadimplência estão influenciando as altas nos juros médios de outras modalidades de crédito.

Taxa média de crédito para pessoas físicas

  • Apesar do aumento em algumas modalidades, a taxa média de juros do crédito às pessoas físicas com recursos livres atingiu 51,9% ao ano em agosto. A taxa acumulou uma recuperação de 0,2 ponto percentual no mês e de 5,9 pontos percentuais em 12 meses. Esse número considera apenas os créditos com recursos livres, ou seja, excluindo os créditos com juros subsidiados por bancos oficiais ou os direcionados, como os empréstimos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou da caderneta de poupança.

Impacto da Selic

  • O aumento da Selic, que passou de 10,5% para 10,75% ao ano, também impacta diretamente as taxas de juros do cartão de crédito e outras modalidades de crédito. O efeito da Selic reflete nos custos de financiamento para os bancos, que repassam esses custos aos consumidores.

Cenário para empresas e crédito direcionado

Nas operações com empresas, a taxa média de juros ficou estável em 21,1% ao ano em agosto. Ao longo dos 12 meses, houve uma redução de 1,5 ponto percentual. Alguns fatores contribuíram para esse cenário, como:

Aumentos em algumas modalidades

  • Alta nas taxas médias do cheque especial (2,6 pontos percentuais) e no capital de giro com prazo superior a 365 dias (0,2 ponto percentual).

Quedas em outras modalidades

  • Queda de 32,1 pontos percentuais no cartão de crédito rotativo das empresas e de 3,4 pontos no teto do rotativo do capital de giro.

No total do crédito com recursos livres, que inclui operações com pessoas físicas e jurídicas, a taxa média de juros permaneceu estável em 39,8% ao ano em agosto. Desde o início de 2024, a acumulação caiu 0,6 ponto percentual e, em 12 meses, houve uma queda de 0,5 ponto percentual.

No crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo e se destinam a setores específicos, como o habitacional, rural, de infraestrutura e o microcrédito:

Para pessoas físicas:

A taxa média no crédito direcionado ficou em 10% ao ano em agosto, com uma redução de 0,2 ponto percentual em um mês e de 1 ponto percentual em 12 meses.

Para empresas:

  • As taxas aumentaram 0,6 ponto percentual no mês e 1,3 ponto percentual em 12 meses, chegando a 12% ao ano.

Níveis de inadimplência e endividamento das famílias

A inadimplência, considerada para atrasos acima de 90 dias, manteve-se estável em 3,2% em agosto, segundo o Banco Central:

  • Pessoas físicas: A inadimplência ficou em 3,8%.
  • Pessoas jurídicas: A taxa de inadimplência foi de 2,4%.

O endividamento das famílias brasileiras, calculado como a relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses, atingiu 47,9% em julho, com um aumento de 0,2 ponto percentual no mês e 0,2 ponto em 12 meses. Excluindo o financiamento imobiliário, o endividamento ficou em 30% no mesmo período.

Comprometimento da renda:

  • Medida que avalia o valor médio para pagamento das dívidas em relação à renda média do período. Ficou em 26,6% em julho, apresentando uma alta de 0,4 ponto percentual no mês e uma queda de 0,9 ponto percentual em 12 meses.