A produção industrial brasileira registrou uma recuperação após a queda de 1,4% observada em julho, apresentando variação positiva de 0,1% em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (2). Na comparação com agosto de 2023, a alta foi de 2,2%, mostrando uma recuperação que ficou dentro do consenso dos analistas consultados pela LSEG.
No acumulado do ano, a indústria cresceu de 3,0%, enquanto nos últimos 12 meses, a expansão atingiu 2,4%. O número superou a projeção dos analistas, que esperavam 2,3% de alta. Com esses resultados, a produção industrial encontra-se atualmente 1,5% acima do nível pré-pandemia, registado em fevereiro de 2020. No entanto, ainda está 15,4% abaixo do pico de progresso em maio de 2011.
Para André Macedo, gerente de Pesquisa Industrial Mensal (PIM), os dados refletem um saldo positivo para a indústria.
“Apesar de ser um resultado muito próximo da estabilidade, ao analisar os últimos três meses, o saldo da produção industrial é positivo, já que cresceu 4,4% em junho”, explicou.
O IBGE, em nota, disse que essa tendência positiva é destacada no índice de média móvel trimestral, que mantém uma trajetória de crescimento desde meados de 2023. No entanto, o resultado de agosto mostrou que 18 dos 25 setores industriais registraram quedas, indicando uma predominância de resultados negativos.
Setores em destaque
Entre as atividades que desenvolvem positivamente, destacam-se as indústrias extrativas, com um crescimento de 1,1% após recuar 2,2% em julho. É uma retomada após um período de queda influenciada por interrupções para manutenção em plataformas, segundo o IBGE. Outras contribuições positivas vieram dos setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,0%) e produtos químicos (0,7%).
Por outro lado, os setores de veículos automotores, reboques e carrocerias registraram queda de 4,3%, interrompendo dois meses de resultados positivos que acumularam um avanço de 16,0%. Produtos diversos e o setor de impressão e reprodução de gravações também tiveram quedas expressivas de -16,7% e -25,1%, respectivamente.
Grandes categorias econômicas
Ao observar as grandes categorias econômicas, houve um avanço de 0,4% para bens de consumo semiduráveis e não duradouros. Já os bens intermediários cresceram 0,3% entre julho e agosto, revertendo os recuos do mês anterior. No entanto, os bens de capital registaram queda de 4,0% e os bens de consumo caíram 1,3%, ambos interrompendo uma sequência de dois meses de crescimento na produção.









